O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux (Sintramb) divulgou uma nota de repúdio à atitude da prefeita Luciene de Fofinho, que colou um aviso na porta de um hospital, no qual exige que os funcionários tratem bem os pacientes. Para a presidente do Sintramb, Germana de Sousa Vasconcelos, a situação caracteriza assédio moral aos funcionários do hospital.
”Ela está certa em exigir um bom atendimento, mas fez isso da forma errada”, comentou Germana. Segundo ela, atender bem é a obrigação de qualquer servidor e, portanto, o aviso da prefeita não seria necessário, principalmente porque, da forma como foi escrito, coloca toda a responsabilidade no servidor. ”Ela poderia dizer que todo cidadão tem o direito de ser bem atendido e que a prefeitura vai assegurar isso, mas, da forma que foi colocado, o cidadão já vai para aquele local achando que ali se atende mal”, afirmou a presidente do Sintramb.
Germana também destacou que houve uma generalização que ofende os servidores, porque, embora possam existir casos isolados de mal atendimento, nem todos os funcionários agem dessa forma e já existe uma ouvidoria para receber reclamações.
A presidente do sindicato afirmou que espera uma resposta do setor jurídico para saber de que forma seria possível acionar a Justiça para exigir uma retratação da prefeita.
O Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB) também considerou o aviso colado pela prefeita uma forma de assédio moral, e emitiu uma nota sobre o assunto no último sábado (2).
Leia na íntegra a nota do Sintramb:
O Sindicato dos Servidores Municipais de Bayeux (SINTRAMB) vem por meio desta nota repudiar a atitude da prefeita Luciene Gomes, em fixar no dia 1º de janeiro, após ser empossada, na entrada das Unidades de Saúde um cartaz com frases ofensivas aos funcionários, ameaçando demissão.
A atitude pode ser considerada assédio moral, também com o agravo de incitar que a população se revolte com os servidores públicos.
Os casos de desvios de conduta no serviço público devem ser encaminhados para ouvidoria do município, assim como casos de falta de remédios, de exames, de falta de atendimento em geral.
Defendemos o direito à saúde com dignidade para todos, o respeito e valorização dos servidores e o fortalecimento do SUS para garantir esse direito, fatos como o ocorrido não resolvem o problema e só atacam os trabalhadores e o serviço público.
Depois de um ano exaustivo à frente da maior crise sanitária de nossa geração com a pandemia do coronavírus, onde temos profissionais exaustos pelo cansaço físico e psicológico, o mínimo que se poderia esperar seria reconhecimento e gratidão, não generalização de um problema pontual para criar indisposição com a sociedade.
Sabemos que a saúde do município sofre com graves problemas estruturais, à exemplo de precarização dos locais de trabalho, falta de insumos, trabalhadores da saúde com falta de EPIs, e até mesmo falta de segurança, tendo em vista que alguns profissionais da saúde já foram agredidos e assaltados no local de trabalho. Porém, o trato e a humanização do trabalho se faz necessário em um período pandêmico que estamos vivendo devido a Covid-19, onde com toda dificuldade do trabalhador, nenhum agradecimento houve da Prefeita.
Germana Vasconcelos, presidente do Sintramb, ainda lembra que vários funcionários não receberam o salário do mês de dezembro. “Inclusive, a Prefeitura descumpre liminar impetrada pelo Sindicato que contempla também os prestadores de serviço para pagar até o 5º dia útil” e estes vêm recebendo seus salários dia 10 de cada mês, afirma. A presidente ainda convida os servidores para denunciarem e procurarem apoio junto ao Sindicato.
A falta de respeito e agressão ao servidor público no local de trabalho fere os direitos constitucionais.
Queremos respeito e valorização da nossa categoria.
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