Afetado pela pandemia de coronavírus, o Reino Unido viu sua economia registrar um tombo recorde de 9,9% em 2020, mas evitou cair de novo em recessão no final do ano passado e parece estar a caminho da recuperação em 2021.
De acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS), foi a maior retração anual do Produto Interno bruto (PIB) já registrada desde o início das estatísticas sobre a economia britânica.
A queda do PIB do ano passado foi mais que o dobro da contração de 2009, provocada pela crise financeira, e a maior desde o início dos registros oficiais modernos após a Segunda Guerra Mundial.
Dados históricos mais antigos hospedados pelo Banco da Inglaterra sugerem que foi o maior tombo desde 1709, quando o país sofreu uma “grande geada”.
No quarto trimestre, porém, a economia britânica cresceu 1%, depois de ter saído da recessão com um avanço de 16,1% no terceiro trimestre.
“À medida que as restrições são atenuadas, esperamos uma recuperação vigorosa da economia”, disse Dean Turner, economista do UBS Global Wealth Management.
Previsão de nova queda no 1º trimestre
Em dezembro, houve alta de 1,2% do PIB, após uma queda de 2,3% em novembro, quando houve um lockdown parcial, o que deixou a economia 6,3% menor do que o patamar de fevereiro, antes do início da pandemia, disse o Escritório de Estatísticas Nacionais britânico.
No entanto, o Banco da Inglaterra prevê que a economia encolherá 4% nos primeiros três meses de 2021 devido a um novo lockdown e ao Brexit.
O banco central acredita que levará até o início de 2022 para que a economia britânica recupere seu tamanho pré-pandemia — isso assumindo que a vacinação continue sem problemas. Muitos economistas acreditam que vai demorar mais.
“Os números de hoje mostram que a economia sofreu um sério choque como resultado da pandemia, que foi sentida por países por todo o mundo”, disse o ministro das Finanças, Rishi Sunak.
“Apesar de alguns sinais importantes da capacidade de resistência da economia durante o inverno, vemos que o confinamento atual”, que continuou em janeiro e fevereiro e ao qual se uniu o fechamento das escolas, “continua a ter um impacto significativo em muitas pessoas e em muitas empresas”, acrescentou.
Sunak, que enfrenta o maior endividamento desde a Segunda Guerra Mundial, estabelecerá por quanto tempo pretende continuar oferecendo apoio emergencial em um orçamento anual em 3 de março.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma alta de 3,1% no PIB do Reino Unido em 2021.
G1