Assim como cobraram a troca no Ministério da Saúde, integrantes do Judiciário e do Legislativo têm pressionado o governo nos últimos dias — mais uma vez — para que Jair Bolsonaro assuma a liderança da crise sanitária que assola o país.
A avaliação nos bastidores é a de que o a crise está em seu pior momento e, apesar de mudar o ministro da Saúde, Bolsonaro não fez um “gesto para o Brasil” a respeito de mudança de rumo, de fato, da condução da crise. Pelo contrário: troca o ministro, mas mantém o discurso negacionista, indo ao Supremo Tribunal Federal contra medidas de restrições, por exemplo.
A missão de assessores do presidente, no entanto, é tentar convencer autoridades de outros Poderes — além de governadores —de que um “gesto” de Bolsonaro será a tônica da reunião entre Poderes que está sendo organizada para semana que vem.
O encontro deve contar com integrantes do STF, a cúpula do Congresso e governadores selecionados por região, além de ministros do governo. Ainda não há confirmação de fontes ao blog de que o vice-presidente, Hamilton Mourão, comparecerá ao evento.
Como “gesto”, assessores do presidente querem que ele faça publicamente defesa da vacina, dizendo que irá toma-la quando chegar a sua vez, por exemplo. E libere o ministro da Saúde para bater na tecla do distanciamento social.
Mas admitem que a situação está cada vez mais crítica, também do ponto de vista político, já que Bolsonaro não só insiste em um discurso negacionista, como se recusou a fazer um gesto de solidariedade, nesta quinta-feira (18), aos familiares do senador Major Olimpio, que morreu após contrair Covid.
O silêncio do presidente foi criticado entre parlamentares e aliados. O Planalto já sabe que o clima no Senado, com a morte de Major Olimpio, é de mais pressão por uma CPI da Covid e também pelo cronograma da vacina e insumos.
G1