O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou nesta segunda-feira (22) a demora na transição do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e a classificou como ‘lenta e dolorida’.
A declaração foi feita em evento no Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, para a entrega de um novo lote da Coronavac para o Programa Nacional de Imunização.
Enquanto não assume o ministério de forma oficial, Queiroga participa de eventos e reuniões ao lado do atual ministro, Eduardo Pazuello, que se prepara para deixar o cargo.
“Em meio a uma pandemia, que já levou a vida de mais de 286 mil brasileiros, nós temos dois ministros e na verdade não temos nenhum. Porque é um que sai e outro que entra. O que entra não está autorizado a agir como ministro e ainda não recebeu sua nomeação. O outro que sai já não está com disposição de determinar, orientar e comandar porque já é um ex-ministro ainda que ocupando o cargo. É uma situação sui generis como é sui generis o governo Bolsonaro na gestão da saúde”, disse o governador.
De acordo com Doria, “uma transição que poderia ser rápida e efetiva está sendo lenta e dolorida”. “Dolorida para o ministro que chega e deseja agir, trabalhar e dialogar e o que sai, que a meu ver deseja descansar. Temos uma situação sem ministro neste momento”, disse.
Segundo o governador, Queiroga telefonou para ele na semana passada e se mostrou aberto ao diálogo.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que atualmente há contato tanto com Queiroga quanto com Eduardo Pazuello.
“Ambos têm se colocado à disposição para nos auxiliar”, disse o secretário.
Doria afirmou que já foram entregues 25,6 milhões de doses da vacina Coronavac. Até abril, o objetivo é chegar a 46 milhões de doses entregues.
O governador afirmou que a partir de dezembro começará a produção nacional do imunizante. A fábrica para a produção, segundo ele, está em construção, dentro do cronograma. A partir de janeiro, começará a produção em massa do imunizante no Butantan.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, comentou também a liberação do estoque de vacinas pelo Ministério da Saúde para que sejam usadas para aplicação da primeira dose.
De acordo com o secretário, atualmente há um estoque de 500 mil doses no estado.
“Isso permite sempre ampliar o faseamento de uma das faixas etárias, mas nós já estamos bastante adiantados em relação a todo o país. Dessa maneira, nós já estamos protegendo mais pessoas dessas faixas etárias. Lembrando que no estado de São Paulo nós temos uma densidade demográfica maior que em outros locais. Então, estaremos imunizando especialmente a faixa etária de idosos, que são aqueles que correspondem a 77% daqueles que evoluem de uma forma mais grave”.
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