A Justiça da Argentina absolveu nesta terça-feira (13) a atual vice do país, Cristina Kirchner, no processo conhecido como “dólar futuro”.
Ela era acusada, ao lado de outros integrantes de sua gestão como presidente (2007-2015), de realizar operações ilegais de venda de dólar a partir de informações privilegiadas, entre agosto e novembro de 2015, quando o peso sofreu desvalorização.
Entre os outros envolvidos na ação estavam o atual governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que à época era ministro da Economia, o ex-presidente do Banco Central Alejandro Vanoli e o atual chefe do órgão, Miguel Ángel Pesce. A acusação havia sido feita por líderes da então aliança opositora liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri. Os deputados Mario Negri e Federico Pinedo e o ex-ministro da Economia Alfonso Prat-Gay apresentaram documentos que, segundo eles, trariam evidências do delito.
Após realizar uma nova perícia nos documentos das transações, o tribunal concluiu que “não houve prejuízo ao Estado”. A absolvição levanta críticas da oposição, que acusa o governo atual de pressionar o Judiciário para livrar Cristina de seus processos. A proposta de reforma da Justiça, que vem sendo debatida no Congresso e tem como objetivo descentralizar decisões, seria uma maneira de fazer isso.
Dos sete processos contra a ex-presidente, sobram agora seis, entre os quais acusações de lavagem de dinheiro por meio dos hotéis da família Kirchner na Patagônia e de desvio de verbas destinadas a obras públicas.
No ano passado, diante da mesma corte, Cristina acusou os juízes de estarem fazendo perseguição política contra ela. Na ocasião, Cristina afirmou que o tribunal estava exibindo “o apogeu do lawfare”, contra ela, em referência ao termo que descreve o uso político do direito contra certos alvos.
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