O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, exonerado há um mês devido a falhas na gestão da pandemia, voltará para Brasília. O presidente Jair Bolsonaro publicou no Diário da Oficial desta sexta-feira (23) que o general da ativa assumirá um cargo na Secretaria-Geral do Exército.
A nomeação permite que ele saia de Manaus, onde estava lotado, e se fixe na capital federal, deixando seu posto na 12ª Região Militar, no Amazonas.
Pazuello será o principal alvo da CPI, que investigará possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia de covid-19.
Na semana passada, ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) sinalizaram que devem punir Pazuello e seus auxiliares. Relator da ação sobre a conduta do Ministério da Saúde durante a crise sanitária, o ministro Benjamin Zymler disse que a pasta evitou assumir a liderança do combate ao novo coronavírus no País.
Segundo o relator, uma das ações da gestão de Pazuello foi mudar o plano de contingência do órgão na pandemia, com a finalidade de retirar responsabilidades do governo federal sobre o gerenciamento de estoques de medicamentos, insumos e testes.
“Em vez de expandir as ações para a assunção da centralidade da assistência farmacêutica e garantia de insumos necessários, o ministério excluiu, por meio de regulamento, as suas responsabilidades”, afirmou Zymler.
Vale ressaltara que o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou no fim de março a remessa de inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por suposta omissão na gestão da crise do coronavírus no Amazonas para a primeira instância, na Justiça Federal do Distrito Federal. O pedido havia sido feito nesta quarta pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Instabilidade
Pela terceira vez em menos de um ano, Bolsonaro decidiu trocar o comando do Ministério da Saúde. Pressionado por falhas na gestão na pandemia de covid-19, principalmente pelo ritmo lento na vacinação, e pelo bloco do centrão, Pazuello deixou o cargo no dia 15 de março. Antes dele, ocuparam o posto os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
CPI da Covid
Além de investigar a atuação do governo federal no combate à pandemia, em especial as ações relacionadas ao colapso do sistema de saúde de Amazonas, em janeiro deste ano, e os repasses de verbas federais a estados e municípios, a CPI da Covid vai apurar também o atraso na compra de vacinas prontas ou de matéria-prima para fabricá-las no Brasil.
Apesar do esforço da gestão Jair Bolsonaro em retardar o início dos trabalhos, o colegiado terá sua primeira reunião na terça-feira da semana que vem (27).
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