Durante depoimento na CPI da Pandemia nesta quarta-feira (5), o ex-ministro da saúde, Nelson Teich, disse que deixou a pasta diante da pressão do governo federal para ampliar o uso da cloroquina para tratamento de pacientes com a Covid-19 no País. Ele disse que também tinha percebido que não tinha autonomia para atuar à frente do ministério.
“O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança”, disse o ex-ministro.
Teich, que passou menos de um mês à frente da pasta (28 dias), disse que tinha uma convicção pessoal, baseada em estudos científicos, de que não existia evidência da eficácia da cloroquina.
Questionado sobre a desmontagem de hospitais de campanha antes da segunda onda da pandemia estourar, Teich disse que “faltou algum planejamento nessa saída” e que o correto seria que os hospitais pudessem ser reativados em caso de necessidade.
Teich também disse que falta uma maior estratégia e planejamento na condução da pandemia, e afirmou que essa postura de liderança deve partir do Ministério da Saúde.
Durante seu depoimento, nessa terça-feira (4), o ex-ministro Mandetta, antecessor de Teich, disse que “havia sobre a mesa um papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido naquela reunião mudar a bula da cloroquina na Anvisa para que na bula tivesse a indicação do medicamento para o coronavírus”.
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