Mesmo com habeas corpus para Pazuello, tropa de choque teme pior semana para o governo na CPI

Integrantes da tropa de choque governista no Senado já projetam esta semana como a que trará maior desgaste à gestão Jair Bolsonaro na CPI da Covid.

Mesmo com o habeas corpus, há forte temor pelo depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e também pela sessão com o ex-chanceler Ernesto Araújo. O depoimento de Pazuello está marcado para a quarta-feira (19). O de Ernesto, para a terça (18).

Pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o general Pazuello poderá ficar em silêncio apenas para questionamentos que possam incriminá-lo. Mas estará obrigado a falar a verdade sobre terceiros, inclusive em relação a Bolsonaro.

A maior apreensão é por causa do retrospecto: Pazuello sempre teve desempenho sofrível nas vezes anteriores que falou ao Congresso Nacional. Só que agora, ressalta um senador aliado, ele estará num ambiente de CPI, onde a dificuldade será maior.

Além disso, há forte contrariedade na cúpula do Exército com o movimento de Pazuello de se escudar na farda para ter buscado um habeas corpus. “Quando assumiu a Saúde sem ir para a reserva, não se preocupou com a imagem das Forças Armadas. Agora, usa a farda para se proteger”, lamentou um general da reserva.

Ernesto Araújo

Já em relação ao ex-ministro da Relações Exteriores Ernesto Araújo, a maior preocupação é pelo conjunto da obra. A ação do Itamaraty para garantir insumos para fabricação de cloroquina entrou na mira da CPI.

Documentos apontam que o ex-chanceler mobilizou o ministério para adquirir a medicação junto a parceiros internacionais, mesmo depois de a comunidade científica internacional ter afirmado que a cloroquina não tinha eficácia contra a Covid.

Ao mesmo tempo, Araújo será questionado pela falta de empenho para aquisição de vacinas e pelas provocações diplomáticas contra à China, maior fornecedor de insumos para a produção de vacinas contra a Covid.

“Não será uma semana fácil”, desabafou outro senador aliado.

G1