O que se sabe sobre a chegada ao Brasil da cepa indiana da Covid-19

O governo do Maranhão confirmou nesta quinta-feira (20) seis casos da cepa indiana da Covid-19, B.1.617, no estado. Os primeiro casos da variante no Brasil foram detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e chegou ao litoral maranhense em 14 de maio.

Um dos infectados foi internado em um hospital particular da capital, São Luís. Os outros estão isolados dentro do navio, em alto mar, a cerca de cerca de 35 quilômetros da costa. Dois deles retornaram à embarcação depois de serem medicados em hospital.

Pelo menos 100 pessoas que tiveram contato com os estrangeiros infectados estão sendo monitoradas pelo governo local.

Veja abaixo respostas para as seguintes perguntas sobre a chegada da cepa ao país:

  1. Quantos casos da cepa indiana foram confirmados até agora?
  2. Qual o estado de saúde do paciente internado?
  3. O que vai acontecer com as 100 pessoas que tiveram contato com o indiano?
  4. Quantos tripulantes tinha o navio e quantos apresentaram sintomas?
  5. De onde veio o navio?
  6. Como fica a situação do navio a partir de agora?
  7. O que diz a OMS sobre a cepa indiana?
  8. Quais os riscos dessa nova variante?
Maranhão confirma os primeiros casos da variante indiana do coronavírus no Brasil

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1. Quantos casos da cepa indiana foram confirmados até agora?

Seis casos, sendo que cinco dos infectados estão em quarentena dentro do navio. Um deles está internado em São Luís. A confirmação foi feita pela Fundação Evandro Chagas, ligada ao Ministério da Saúde. Nenhum desses pacientes deixou o Maranhão.

2. Qual o estado de saúde do paciente internado?

Um indiano de 54 anos está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular em São Luís. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, nesta sexta-feira (21) o quadro de saúde do paciente, que é estável, teve uma pequena melhora.

3. O que vai acontecer com as 100 pessoas que tiveram contato com o indiano?

Segundo Carlos Lula, secretário estadual de Saúde e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), as 100 pessoas que tiveram contato com os tripulantes infectados serão testadas, acompanhadas e isoladas.

“A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirmação da cepa”, disse o secretário.

4. Quantos tripulantes tinha o navio e quantos tiveram sintomas?

Essas seis pessoas confirmadas com a nova cepa fazem parte do grupo de 23 tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que conta, no total, com 15 tripulantes que apresentaram testes positivos para a Covid-19. Oito seguem sem sintomas da doença.

5. De onde veio o navio?

De bandeira de Hong Kong, Shandong da Zhi foi fretado pela Vale para o transporte de minério de ferro. O G1 entrou em contato com a multinacional e aguarda retorno.

O navio é um cargueiro construído em 2012. Seu comprimento total é de 360 ​​metros e sua largura é de 65 metros.

Inicialmente, a embarcação saiu do Terminal Marítimo Teluk Rubiah, na Malásia, no dia 27 de março deste ano. Depois, o navio passou pela Cidade do Cabo, na África do Sul, onde embarcaram os 24 tripulantes. O destino da viagem era o Porto da Madeira, em São Luís.

6. Como fica a situação do navio a partir de agora?

Desde que foi identificado um tripulante do navio MV Shandong da Zhi com sintomas da Covid-19, no dia 15 de maio, a embarcação foi proibida de atracar na capital maranhense e ficou em alto mar. Na época, ainda não se tinha a confirmação de que se tratava da variante indiana.

Navio Shandong da Zhi saiu da Malásia com destino a São Luís — Foto: Arte/G1

Navio Shandong da Zhi saiu da Malásia com destino a São Luís — Foto: Arte/G1

7. O que diz a OMS sobre a cepa indiana?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a variante B.1.617 está sendo classificada como um tipo “digno de preocupação global”.

8. Quais os riscos dessa nova variante?

A análise genética revelou que essa variação apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Em linhas gerais, tudo indica que esses “aprimoramentos” genéticos melhoram a capacidade de transmissão do vírus e permitem que ele consiga invadir nosso organismo com mais facilidade.

g1