O técnico Tite evitou mais uma vez discutir os temas que têm cercado a seleção brasileira nas duas últimas semanas, como o afastamento do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, e a realização da Copa América no Brasil.
Após a vitória sobre o Paraguai por 2 a 0, pelas Eliminatórias, em Assunção, o treinador foi questionado sobre a insatisfação do elenco e da comissão técnica com a condução do torneio, assumido pela CBF e pelo governo federal depois das desistências de Colômbia e Argentina.
“Não sou hipócrita, não sou alienado e sei que as coisas acontecem. Mas sei dar prioridade. Prioridade é o meu trabalho e a dignidade do meu trabalho”, limitou-se a dizer Tite, que preferiu falar sobre o triunfo na capital paraguaia.
O técnico, assim como o capitão Casemiro, haviam dito na semana passada que o grupo tinha uma posição a respeito do torneio, que seria externada no momento certo, após as duas rodadas das Eliminatórias.
Essa posição veio em forma de comunicado, compartilhado pelos atletas da seleção. No texto, eles se dizem contrários à Copa América, mas afirmam que vão representar o Brasil na competição e que a intenção nunca foi politizar o assunto.
A entrevista coletiva de Tite foi tomada por perguntas relacionadas a Rogério Caboclo e à Copa América. Em dado momento, seu auxiliar, Cléber Xavier, foi quem assumiu as respostas.
“A gente quer comemorar um pouquinho os números altíssimos que conseguimos, as seis vitórias, número alcançado em 1969, que podemos ultrapassar em setembro. Em 18 jogos de Eliminatórias [com Tite no comando], foram 16 vitórias e dois empates. Tomamos cinco gols. A gente quer comemorar um pouquinho isso”, disse Xavier.
Coordenador da seleção, Juninho Paulista parabenizou o grupo pelas duas vitórias na data Fifa e corroborou o comunicado dos atletas, contrários à disputa da Copa América.
“Tivemos semanas desgastantes. Quero parabenizar Tite, a comissão. O trabalho não foi fácil, mas foi de excelência. Estamos felizes de conquistar, de fazer história, de participar, comandar um grupo de profissionais tão competentes. Dizer isso é importante, até em nome da entidade. A satisfação em tê-los, a satisfação com o trabalho, é grande. O foco principal sempre foi a Copa do Mundo, e as Eliminatórias já são Copa do Mundo”, disse o dirigente.
“Estou aqui para reiterar o manifesto dos atletas. É um manifesto que nos representa. São jogadores, a comissão e a delegação de todos os profissionais que trabalham com maior afinco para que a CBF possa dar as melhores condições de trabalho para todos vocês”, completou Juninho.
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