Vacina contra a Covid não altera a qualidade do esperma humano, diz estudo

A vacina contra a Covid-19 não altera a qualidade do esperma humano, diz um estudo publicado por cientistas dos Estados Unidos na quinta-feira (17) pela revista “JAMA”.

Segundo o levantamento feito com voluntários da Universidade de Miami, não houve qualquer alteração na contagem de espermatozoides após a aplicação das 1ª e 2ª doses das vacinas.

Os EUA usam, com aprovação emergencial da agência regulatória do país, os imunizantes do tipo genético desenvolvidos pelas farmacêuticas Pfizer/BioNTech e Moderna.

“Como as vacinas contêm o mRNA [código genético] e não o vírus vivo, é improvável que a vacina afete os parâmetros do esperma”, escreveram os cientistas.

O estudo chegaram a identificar uma melhora na qualidade do gameta masculino após a vacinação, mas os pesquisadores acreditam que essa alteração esteja ligada à abstinência prevista no protocolo do estudo, e não à vacina em si (entenda mais abaixo).

Sem sexo por 1 semana

Todos os participantes do estudo se comprometeram a cumprir com uma abstinência de até sete dias para não interferir nos resultados do estudo.

Todos eles foram examinados para quaisquer problemas de fertilidade e os pesquisadores recolheram amostras do esperma antes da 1ª dose da vacina e 70 dias depois da 2ª.

Amostras de espermatozoides foram colhidas no começo e no final desse período entre os voluntários de 18 a 50 anos – foram 45 no total, os que já tiveram Covid e pessoas com problemas de fertilidade foram excluídas.

“Antes e depois de 2 doses de uma vacina de mRNA Covid-19, não houve diminuições significativas em qualquer parâmetro de esperma nesta pequena coorte [conjunto] de homens saudáveis”, diz o estudo.

Covid pode reduzir fertilidade

Embora a vacina não tenha tido impacto sobre os espermatozoides masculinos no estudo, o vírus em si pode sim ser prejudicial, segundo outro estudo publicado em janeiro deste ano.

Os pesquisadores compararam amostras colhidas entre homens saudáveis (sem Covid-19) com pacientes que tiveram a doença e identificou “inflamação e estresse oxidativo” nos recuperados.

A concentração, mobilidade e forma de seus espermatozoides também foram afetadas negativamente pelo vírus, segundo o artigo aprovado pela revista “Society for Reproduction and Fertility”.

g1