O índice de correção anual das mensalidades dos planos de saúde individuais será divulgado nesta quinta-feira pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o cálculo da agência prevê uma queda de 8% nos contratos. O reajuste não se aplica aos planos corporativos, contratados por empresas para seus funcionários.
Segundo o diretor da ANS, Paulo Rebello, o motivo do percentual negativo de reajuste – que na prática significará que as mensalidades ficarão mais baratas – foi a queda de 82% para 74% no uso de serviiços pelos usuários, de consultas a cirurgias, no ano passado.
O índice se refere à chamada sinistralidade, que caiu por causa do isolamento social imposto pela pandemia. Ainda que os casos de Covid-19 tenham mobilizado emergências e internações, os planos gastaram menos com procedimentos ambulatoriais e eletivos.
Em 2020, os contratos de planos de saúde individual tiveram um aumento máximo de 8,14% determinado pela ANS.
As operadoras tentaram reverter esse índice negativo junto ao Ministério da Economia. Propuseram uma redução em percentual menor ou até colocar no lugar zero como correção, mas não foram bem sucedidas.
O argumento das empresas do setor é que no próximo ano que prevêem será bastante alto e que uma queda na redução deste ano poderia neutralizar o aumento em 2022.
Como a data-base é maio, a cobrança é retroativa e escalonada pelo número de meses em atraso para a aplicação do índice. Ou seja, a fatura de agosto compensa o que deveria ter sido aplicado em maio, em setembro, junho e assim até zerar a diferença.
Os planos de saúde individuais representam 20% do mercado. O reajuste se aplica aos planos com aniversário de contrato entre maio deste ano e abril de 2022. A expectativa é que cresçam as pressões para que os planos coletivos também tenham reajustes menores.
O Globo