O câncer de pênis é um tumor com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, mas não quer dizer que não atinja os mais jovens. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) identificou anualmente 1.600 mutilações no Brasil devido ao câncer de pênis.
Considerado ainda um tabu por muitos homens, em entrevista ao ClickPB, nesta quinta-feira (15), o urologista membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), Dr. Vinicius Panico, explicou que diversos motivos são apontados para o surgimento da doença, como a falta de informação, de higiene íntima adequada, além da vacina do HPV.
“Pouquíssimas pessoas sabem dessa doença. Também não sabem que um dos tratamentos chega a ser a cirurgia de amputação do órgão. Essa situação extrema pode ser evitada com a descoberta precoce, ao identificar uma verruga, pequena lesão ou vermelhidão no pênis, pode ter o tratamento precoce com a retirada das pequenas lesões mantendo o órgão”, destacou ao reforçar a importância do acompanhamento médico nas diversas faixas etárias.
“Nós temos a vacina do HPV que faz parte do calendário nacional de imunização de forma gratuita para meninos entre 11 e 14 meninos e 9 a 14 meninas. Esse vírus é responsável pela maioria dos casos de câncer do pênis. Quando você tem tanto o homem, quanto a mulher vacinados antes da iniciação sexual, você tem menos chances de desenvolver a doença. A vacinação do HPV é muito importante para evitar o câncer de pênis. O HPV é uma das lesões precursora dessa doença”, explicou.
O especialista também destacou a influência da falta de informação que contribui para o surgimento dos casos. “Além do pai não ir ao urologista, ele não leva o filho ao médico. Essa questão cultural dificulta. Temos algumas idades muito importantes para ir ao médico. Desde o nascimento para saber da saúde do órgão, assim como nas demais faixas etárias, pois cada uma precisa ter o acompanhamento, assim como as mulheres a fazem”, reforçou.
Dados do Ministério da Saúde apontam que as internações ocasionadas para tratamento da doença tiverem queda no último ano: foram 1.961 em 2016; 2.017 (2017); 2.142 (2018); 2.194 (2019) e 1.951 em 2020. Entre 2014 e 2018, as maiores taxas de mortalidade por câncer de pênis foram registradas no Maranhão, Piauí e Sergipe; e em dois da região Norte: Pará e Tocantins.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mesmo que menos frequente que outros tumores, como o de próstata, o câncer de pênis representa cerca de 2% de todos os casos de neoplasias malignas diagnosticadas entre homens no Brasil, sendo mais frequentes nas regiões Norte e Nordeste – principalmente entre pessoas de menor grau de instrução e renda.
Sinais do câncer de pênis
É preciso ficar atento a alguns sintomas e sinais, como por exemplo:
- Pele do pênis com alteração de cor ou mais espessa
- presença de nódulo, ferida ou úlcera
- protuberâncias avermelhadas e aveludadas
- secreção persistente
- pequenos edemas sólidos.