A advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da empresa Prevent Senior e prestou depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira, disse que a empresa orientava a redução do nível de oxigenação dos pacientes internados há muitos dias. O resultado, segundo ela, era a morte.
— Esses pacientes, segundo informações dos médicos, evoluíam para óbito na própria UTI, então você tinha uma liberação de leitos. A expressão que eu ouvi ser muitas vezes utilizada é: óbito também é alta — afirmou Bruna Morato.
Segundo ela, essa informação não consta na denúncia que fez contra a Prevent Senior porque a recebeu num momento posterior.
— O relato foi o seguinte: pacientes internados em determinadas unidades de terapia intensiva, cuja internação tivesse mais de 10 ou 14 dias, a esses pacientes o procedimento indicado era a redução da oxigenação, ou seja, eles iam reduzindo o nível dos respiradores — contou a advogada à CPI.
Depois acrescentou:
— Eu não considero isso como sendo um tratamento paliativo. Isso foge das práticas paliativas. E, sinceramente, acredito que esses pacientes nem tinham condições de serem encaminhados à enfermaria, a esse leito híbrido. É importante que esses prontuários sejam disponibilizados para que seja feita uma devida avaliação.
O Globo