Magazine Luiza vai lançar marca própria de roupas

Quase um terço (30%) de todas as compras de roupas e calçados na internet no primeiro semestre deste ano vieram das redes sociais, segundo pesquisa e-bit Nielsen. Atenta ao movimento de digitalização do consumo de moda, o Magazine Luiza prepara o desembarque neste segmento ainda este mês com o lançamento de uma marca própria.

A garota propaganda será a Lu, a assistente virtual da varejista que se tornou influenciadora e soma 28 milhões de seguidores nas redes sociais.

Segundo a empresa, o desenvolvimento da marca própria de moda está a cargo do time de estilo do Magalu, criado este ano. Os profissionais trabalham em parceria com a área de inteligência da plataforma, para lançar produtos baseados nas buscas dos consumidores.

Nesta terça-feira (5), a empresa anunciou uma área de negócio no seu aplicativo, a “Mundo Moda”, que reúne 300 marcas, entre elas, Hering, Colcci, Farm e Santa Lolla, além de produtos dos vendedores do seu marketplace (“sellers”).

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em agosto, o presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, apontou que moda, além de varejo alimentar, delivery de comida, cosméticos e esportes, são segmentos de alta recorrência de compra e boa rentabilidade, que o Magalu elegeu como prioridades para aquisições. 

“Temos ambições de crescer em todas as categorias que têm baixa penetração online no Brasil”, disse ele, à época.

O Mundo Moda tem sua campanha de estreia com a cantora Gaby Amarantos, a cantora Liniker e a modelo Carol Trentini. Segundo a empresa, são “representantes da diversidade e inclusão de corpos, gêneros e estilos”.

O Magalu já tinha um espaço para venda de produtos de moda, mas ele foi reformulado, permitindo melhorias na navegação, como fotos maiores e novos filtros de busca, além da expansão do mix. A curadoria de conteúdo será feita pela equipe do Steal de The Look, portal especializado em moda, adquirido pela varejista em março.

A nova área de negócios reúne todo estoque das marcas de moda do grupo, Zattini e Shoestock (calçados). A empresa também é dona da Netshoes, de moda e artigos esportivos.

Segundo Silvia Machado, diretora de moda e beleza do Magalu, o mercado de moda no Brasil é “fragmentado e analógico”, o que “casa perfeitamente com a estratégia do grupo, que é digitalizar o varejo brasileiro”, disse, em nota.

A modelo Carol Trentini (à esq.), a cantora Gaby Amarantos e a cantora Liniker são as estrelas da campanha do “Mundo Moda”, nova área que reúne roupas, calçados e acessórios no aplicativo do Magalu – Divulgação

Dados do IPC Maps, divulgados pelo Magalu, indicam que o setor de moda movimentou R$ 152 bilhões de reais em 2020 no Brasil. Dos cerca de 1,5 milhão de varejistas do segmento, só 73 mil estão digitalizados, segundo a consultoria YipitData, citada pela varejista.

O Magalu afirma que a vertical de negócios de moda foi a que mais incorporou sellers ao seu marketplace este ano: o número passou de 8.000 para 21 mil. Já o total de fabricantes com venda direta ao consumidor no portal subiu de 136 para quase 300.

Com isso, entre janeiro e setembro deste ano, o marketplace de moda do Magalu registrou um crescimento de 170% no volume de vendas, em comparação com o mesmo período de 2020.

Atualmente, o marketplace do Magalu conta com fábricas dos pólos de moda de Novo Hamburgo (RS), São João Batista, Brusque, Gaspar e Blumenau (SC) e Goiânia (GO), que se juntaram aos fabricantes dos pólos calçadistas de Franca (SP) e Nova Serrana (MG).

FolhaPress