Eduardo Bolsonaro diz duvidar de tortura a Miriam Leitão: ‘Sem vídeo e testemunha’

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a jornalista Miriam Leitão “certamente não se sentiu ofendida” com o deboche dele sobre a tortura sofrida por ela durante a ditadura militar no Brasil. O parlamentar ainda disse ser a vítima da situação. As informações são do UOL.

“A Miriam Leitão certamente não se sentiu ofendida, ela só tem a palavra dela, dizendo que foi vítima de uma tortura psicológica quando foi jogada dentro de uma cela junto com uma cobra. Eu já fico com a pulga atrás da orelha, porque você não tem um vídeo, não tem outras testemunhas, não tem uma prova documental, não tem absolutamente nada”, falou hoje em entrevista ao canal do YouTube Expressão Brasil.

Eduardo disse que está “sendo vítima do patrulhamento do politicamente correto. E o politicamente correto não é sobre o que se fala, mas sim sobre quem fala”, argumentando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é alvo de “notas de repúdio de movimentos sociais”.

Segundo o deputado, há uma tentativa da esquerda de silenciar os adversários políticos, porque “se tivermos espaço para falar ,vamos simplesmente ganhar todos os debates”.

No domingo (3), o parlamentar disse, pelo Twitter, sentir “pena da cobra” que torturou a jornalista. Miriam foi presa durante a ditadura militar e torturada com tapas, chutes e golpes que abriram sua cabeça. Além disso, teve de ficar nua em frente a 10 soldados e três agentes de repressão e passar horas trancada em uma sala com uma jiboia —a cobra citada por Eduardo.

Na época, a jornalista estava grávida de um mês e era militante do PCdoB.

Não foi a primeira vez que a família Bolsonaro exaltou abusos cometidos durante o período da ditadura militar (1964-1985). Quando deputado, Jair Bolsonaro (PL) fez elogios a Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército, condenado em 2008 por tortura.

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