O Ministério da Mulher, da Família e dos Diretos Humanos pediu, ontem terça-feira (18), que Ministério Público Federal (MPF) aumente de três para 30 dias o prazo para a ex-ministra Damares Alves explique suas falas da semana passada. Ela afirmou que crianças estariam sofrendo abusos sexuais no arquipélago de Marajó, no estado do Maranhão, durante um culto da Assembleia de Deus, em Goiânia (GO)
Por conta das declarações sem nenhuma prova, o MPF, através de Carlos Alberto Vilhena, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), havia pedido ao Ministério, agora comandado por Cristiane Britto, esclarecimentos sobre as declarações da ex-ministra, dentro de um prazo de três dias. Mas a atual ministra alegou que o Governo recebeu 5.440 denúncias de estupro de crianças ou de tráfico de crianças no estado do Pará. Portanto, pediu mais 30 dias para atender todas as solicitações do MPF.
“A fim de atender e dar a devida transparência a todas as solicitações feitas pelo MPF – a exemplo da lista de cada caso na íntegra com os devidos encaminhamentos oficiais cabíveis ao procedimento do MMFDH –, a gestora da pasta solicitou a prorrogação do prazo de resposta de três para 30 dias”, informou o Ministério dos Direitos Humanos em nota.
Por outro lado, o MPF revelou a inexistência de um caso parecido nos últimos 30 anos. Após o pedido do MPF, a ex-ministra, então, explicou que suas falas foram uma reprodução que, de acordo com ela, ouviu “nas ruas”.
“Isso tudo é falado nas ruas do Marajó, nas ruas da fronteira. No começo do meu vídeo eu falo Marajó, porque é onde a gente começou o programa. Mas o tráfico de crianças acontece na fronteira. Essa coisa de que as crianças quando saem, saem dopadas, e seus dentinhos são arrancados onde elas chegam, a gente ouve nas ruas na fronteira”, disse a senadora eleita pelo Distrito Federal à Rádio Bandeirantes.
FONTE: Mais PB