Para o economista Horácio Forte, isso pode ter atrapalhado o desempenho das vendas. “A junção de tantas datas não é boa para o comércio. Isso significou um acúmulo de ações de vendas que antes tinham a atenção do consumidor igualmente e garantiam bons resultados, cada uma no seu período. Precisamos entender que o cliente é um só e o dinheiro dele, também”, destaca.
Prova disso é que as vendas da Black Friday despencaram na web. Segundo dados da Neotrust, fonte de dados e inteligência sobre o e-commerce brasileiro, o faturamento do comércio online caiu 25% em relação ao mesmo mesmo período do ano passado, despencando de R$ 5,2 bilhões para R$ 3,9 bilhões. “Além dos juros altos, a data passa por um grave problema de credibilidade no país. As pessoas não sentem mais confiança nas ofertas”, falou.
O economista ainda explica que outro ponto que tem freado o consumo é o alto nível de endividamento das famílias. “Muitos brasileiros estão com dívidas e o 13º salário, que antes servia como extra, agora é utilizado para pagar contas. Com menos dinheiro disponível, uma grande parcela da população não tem condições de participar dos amigos-secretos e fazer uma confraternização, por exemplo”.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o Natal deve injetar R$ 66,6 bilhões na economia brasileira. A intenção de compra, porém, apresentou uma leve queda, já que 73% pretendem dar presentes a outras pessoas neste fim de ano, ante 77% em 2021.
Com isso, Horácio alerta que ainda é hora de os empreendedores manterem as torneiras fechadas para que haja despesa apenas com o essencial até que os indicadores brasileiros apontem previsões positivas. “O momento é de conviver com o imprescindível e exige cuidado com as contas. É preciso ser austero com gastos e intolerante com desperdícios”, conclui.
FONTE: Portal Correio