Após quase um ano da invasão, ucranianos sofrem sem luz e calefação enquanto Ocidente pressiona Vladimir Putin.
No início de 2022, mais de 100 mil soldados russos foram deslocados para a fronteira com a Ucrânia mas, até então, o presidente Vladimir Putin negava estar planejando uma invasão ao país vizinho.
Entretanto, em 24 de fevereiro, as tropas avançaram e a guerra começou. A invasão ocorreu após Putin reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano. O líder violou o direito internacional depois de não conseguir a garantia de que a Ucrânia não tentaria fazer parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Logo após a invasão, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, decretou Lei Marcial, e homens entre 18 e 60 anos estavam proibidos de deixar o país. Situação que separou família ucranianas que tentavam fugir para países vizinhos, como a Polônia
Além dos militares,civis ucranianos começaram a se alistar no Exército para enfrentar os russos. Com pouca ou nenhuma experiência, homens e mulheres se apresentaram para receber equipamentos militares e se dirigir às zonas de conflito.
A guerra também gerou uma onda de refugiados. Mulheres e crianças tentavam desesperadamente atravessar as fronteiras do país em carros, ônibus, trens e até a pé. Em poucos dias, 1,73 milhão de pessoas deixaram a Ucrânia, no maior fluxo de refugiados que a Europa registou desde a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), mais de 7,8 milhões de refugiados ucranianos estão espalhados pela Europa.
Quatro dias após o início da guerra, Putin começou a fazer ameaças sobre o uso de armas nucleares na Ucrânia. O presidente anunciou que a “força de dissuasão” do Exército russo, que pode incluir componentes nucleares, estava em alerta. Para Igor Lucena, doutor em relações internacionais pela Universidade de Lisboa e membro do Royal Institute of International Affairs, a declaração constituiu um dos momentos mais críticos do conflito.
“Esse foi o primeiro anúncio sobre a possibilidade do uso de armas nucleares desde a Segunda Guerra Mundial, o que foi um ponto de bastante apreensão para a comunidade internacional”, diz Igor Lucena.
Apesar da projeção que ao longo do próximo ano os dois países possam buscar um acordo de paz, não há uma previsão de quando a guerra deve ter uma conclusão.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, reconheceu, neste mês de dezembro, que não está otimista sobre as possibilidade de que Ucrânia e Rússia mantenham negociações de paz em um futuro próximo.
“Acredito que o confronto militar irá continuar e acho que teremos que esperar um momento em que sejam possíveis negociações de paz sérias”, disse o português.
FONTE: Click PB