A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta segunda-feira (20), em conjunto com a Câmara Municipal de Sumé, audiência pública com produtores de leite de cabra da região do Cariri paraibano. O evento, proposto pelo deputado Dr. Romuldo Quirino e pelo vereador Francisco Fintinele, contou com a presença de prefeitos, vereadores, pesquisadores, parceiros e trabalhadores da caprinocultura.
A audiência pública aconteceu no plenário da Câmara. Na oportunidade, Dr. Romualdo disse que debater a atividade leiteira na Paraíba é importante para possibilitar ao produtor conhecer e utilizar, de maneira inteligente e econômica, os fatores de produção (terra, trabalho e capital), bem como para potencializar o conhecimento da sociedade sobre a atividade.
“Desde 2000, o leite de cabra passou a fazer parte da realidade do Cariri, que já era uma referência na produção de carne de caprinos de corte, porém, o leite quase não tinha destinação. Então, o Governo do Estado começou a intervir e passou a comprar esse leite e estimular a produção. Hoje, é uma importante fonte de renda para o Cariri. Há alguns entraves que precisam ser debatidos com os produtores, precisamos conhecer as reais demandas deles e, por isso, estamos aqui”, explicou o deputado.
Coautor da proposta de realização da audiência, o vereador Francisco Fintinele destacou que o momento é de unir forças, fortalecer o segmento, atrair investimentos e levar dignidade aos caprinocultores e suas famílias. “A maior produtora de leite do Brasil é a região do Cariri. A construção de uma fábrica de leite em pó irá fortalecer a cadeia dos produtores de leite de cabra. É uma ação muito importante e louvável. Embora haja uma grande produção, é preciso aumentar seu consumo. Então, a ideia da fabricação do leite em pó vem com essa finalidade, de escoar a produção”, analisou o parlamentar.
O presidente da Câmara Municipal de Sumé, vereador Daniel Lêla, agradeceu à Assembleia Legislativa da Paraíba pela realização da audiência pública com o intuito de ouvir os produtores de leite do Cariri. O chefe do Legislativo municipal avaliou que o encontro foi, na verdade, uma união de forças com a finalidade de ajudar os produtores da região.
“Chegou o momento em que nós precisamos estar unidos, prefeitos, vereadores, deputados, para, de forma sólida, apresentar soluções que possam resolver problemas. Juntos somos mais fortes”, declarou o presidente.
O evento contou com a palestra do Engenheiro de produção Bedeu Quirino, que, através de estudos realizados, avalia como viável a instalação de uma fábrica de leite de cabra em pó na região. Para Bedeu, a Paraíba precisa diversificar o mercado para o produtor rural do Cariri.
“Com uma produção de aproximadamente 5 milhões de litros de leite por ano, o Cariri paraibano é o maior produtor de leite do país. Não podemos deixar essas pessoas dependentes apenas da venda ao Estado. O leite em pó é uma das alternativas. É preciso debater o próximo passo da cadeia produtiva do leite de cabra do Cariri paraibano, ampliando essa produção e agregando valor à cadeia produtiva”, afirmou.
Para a prefeita do Congo, Flavinha Sousa, a audiência pública proposta pela Assembleia Legislativa foi importante para discutir uma necessidade constante na região, que é o desenvolvimento econômico. Ela lembrou que Cariri paraibano é forte na produção do leite de cabra e os produtores precisam ser ouvidos pelo poder público.
“Precisamos sempre dialogar com os produtores, tentando amenizar seus sofrimentos diante de tantos problemas, a exemplo do clima. Precisamos trazer para esta discussão a necessidade do produtor de leite melhorar sua renda e ter uma garantia. É assim que a população da região vai sentir que está sendo representada ao ver suas demandas serem levadas a todo o estado da Paraíba”, avaliou a gestora.
CAPRINOCULTURA
O Censo Agro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a Paraíba é o maior produtor de leite de cabra do Brasil com um rebanho caprino de 19.397 cabeças. Segundo dados da pesquisa, 72% do total de leite de cabra produzido é comercializado, gerando um faturamento de R$ 7,6 milhões.
Com ALPB