Presidente da Câmara confirmou que o banco estará sob seu comando e que haverá indicações políticas
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista à Folha de São Paulo, levantou preocupações sobre supostos excessos nas investigações realizadas pela Polícia Federal (PF) e criticou as delações premiadas de réus presos, citando o caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lira ressaltou a necessidade de o governo ter “cuidado” com os excessos que teriam ocorrido em investigações conduzidas pela PF, afirmando que alguns policiais estariam indo além do que deveriam em suas ações. No entanto, ele não especificou exemplos concretos de tais excessos.
Quanto às delações premiadas, o presidente da Câmara manifestou sua oposição, destacando que a delação de réus presos é “impossível”. Ele enfatizou a importância do Ministério Público Federal (MPF) estar envolvido no processo e dar seu aval antes que acordos de delação sejam firmados.
Na entrevista, Lira também abordou questões políticas, como a relação de seu partido, o PP, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou que o PP faz parte da base de apoio do governo na Câmara dos Deputados e previu que Lula teria aproximadamente 350 votos na Casa, o suficiente para aprovar Propostas de Emenda à Constituição (PECs).
Além disso, Lira mencionou a indicação de André Fufuca, ex-líder do PP, como ministro do Esporte por Lula, sinalizando uma maior aproximação de partidos de centro com o governo petista.
Quanto à Caixa Econômica Federal, Lira confirmou que o banco estará sob seu comando e que haverá indicações políticas, que passarão por sua aprovação. Ele esclareceu que essas nomeações não seriam criminalizadas, mas feitas com responsabilidade.
A entrevista também abordou questões relacionadas às emendas parlamentares, com Lira defendendo a importância desse instrumento e expressando a necessidade de evoluir no modelo de alocação de recursos para políticas públicas.
Lira também mencionou a investigação envolvendo um ex-assessor seu, Luciano Cavalcante, em relação a supostas fraudes na transferência de emendas para a compra de kits robóticos. Ele alegou que essa acusação foi um abuso e um excesso e enfatizou que a operação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando questionado sobre sua relação com o ex-presidente Bolsonaro, Lira afirmou que falou com ele sobre a reforma tributária e que Bolsonaro não está politicamente morto, embora tenha sido julgado inelegível.
FONTE: Brasil 247