O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na gestão de Jair Bolsonaro (PL), general Augusto Heleno, negou à CPMI do 8 de Janeiro ter deixado um “DNA bolsonarista” na pasta. Na fala inicial ontem terça-feira (26), o militar afastou qualquer possibilidade de politização do órgão, afirmou que a transição da equipe para a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “muito bem-feita” e disse não ter atuado em nenhuma manifestação antidemocrática que precedeu a invasão dos prédios dos Três Poderes.
“Não ficou DNA bolsonarista porque eu jamais tratei de política com meus servidores”, afirmou o general, acrescentando nunca ter ido à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tratar de assuntos de interesse de políticos. “Jamais me vali de reuniões, palestras ou conversas para tratar de assuntos eleitorais ou político-partidários com meus subordinados no GSI. Não havia clima para isso, e o único ser político do GSI era eu mesmo. Os demais eram servidores do Estado brasileiro.”
No depoimento, o militar negou participação ou atuação institucional nos atos que antecederam o 8 de Janeiro. Ele citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal em 12 de dezembro e a tentativa de explosão de bomba nas proximidades do Aeroporto de Brasília, às vésperas do Natal do ano passado. Segundo ele, não era papel do GSI atuar nos episódios.
Heleno rebateu ainda o ex-ministro do GSI da gestão Lula, general Gonçalves Dias, sobre não ter havido uma transição da pasta, afirmação que foi feita por Dias em mais de uma ocasião.
Heleno disse que foram realizadas três palestras para a equipe de transição de Lula. “Nessas oportunidades, as portas do GSI foram abertas com total transparência, e o então ministro do GSI [Gonçalves Dias] teve a liberdade de conversar com quem quisesse, estabelecer quem queria manter no GSI, trocar, teve absoluta liberdade de fazer todas as trocas que julgasse necessário”, disse
FONTE: Portal Correio