Confronto teve início no último dia 7 de outubro, quando os terroristas romperam o bloqueio à Faixa de Gaza (Foto: Abed Rahim KhatibAnadolu via Getty Images).
A guerra entre o Exército de Israel e o grupo terrorista palestino Hamas chega ao 15º dia neste domingo (22) com um saldo de 5.785 mortos — 1.400 do lado israelense e 4.385 do lado palestino. Há o temor de que Israel coloque em prática um plano de ataque por terra contra a Faixa de Gaza, que será possivelmente um dos momentos mais críticos e mortais do conflito.
O confronto teve início no último dia 7 de outubro, quando os terroristas romperam o bloqueio à Faixa de Gaza e se infiltraram no sul de Israel, onde realizaram massacres e sequestraram reféns. Dois dias depois, Israel impôs um cerco total ao território palestino, impedindo o acesso a água, comida, energia e combustível.
Nas primeiras horas deste sábado (21), 20 caminhões do Crescente Vermelho egípcio cruzaram a passagem fronteiriça de Rafah levando suprimentos para os hospitais da Faixa de Gaza. A ajuda incluiu alimentos enlatados, remédios, cobertores e colchões, mas não um item fundamental: água potável. No total, 150 caminhões, contando com aqueles autorizados, aguardam do lado egípcio da fronteira.
As fronteiras foram fechadas pouco tempo depois da conclusão da entrega da ajuda humanitária a Gaza e, segundo afirmou o presidente do ONG humanitária Crescente Vermelho do Norte Sinai, Khaled Said, à agência EFE, não se sabe quando a passagem será reaberta e quantos caminhões poderão entrar. Ele disse que “não há informações sobre a saída de cidadãos estrangeiros de Gaza” e que “nada se sabe ainda” sobre quando e como isso poderá ocorrer.
Entidades internacionais advertiram que a ajuda humanitária que chegou à Faixa de Gaza até o momento é totalmente insuficiente. A ONU, por exemplo, calcula que seriam necessários pelo menos cem caminhões diários para ajudar os 2,4 milhões de moradores da região.
Cúpula da Paz
No sábado, líderes árabes e ocidentais se reuniram em uma Cúpula da Paz no Cairo e pediram uma entrega de ajuda em larga escala para a Faixa de Gaza, bem como um cessar-fogo entre Israel e Hamas e uma solução definitiva para o conflito israelense-palestino.
“Devemos agir agora para acabar com o pesadelo”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, que acrescentou ter presenciado “uma catástrofe humanitária se desenrolando em tempo real”.
Guterres discursou para líderes políticos do Egito, da Jordânia e da Autoridade Palestina, além dos ministros das Relações Exteriores de países árabes e europeus, dirigentes da Liga Árabe, da União Africana e da União Europeia. O chanceler brasileiro Mauro Vieira estava presente na cúpula. Rússia, China, Japão, Canadá e Estados Unidos também enviaram representantes.
Novos ataques
Depois da entrega da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, os bombardeios entre Israel e Hamas voltaram a acontecer. Segundo a emissora Al Jazeera, dois “grandes ataques aéreos” atingiram Gaza. Um deles aconteceu em Rafah, tendo como alvo o Departamento de Defesa Civil, o que tornará ainda mais difícil o resgate de pessoas dos escombros.
Em Khan Younis, outro território palestino, três pessoas morreram e 55 ficaram feridas após um ataque a uma escola de um braço da ONU (Organização das Nações Unidas) — a UNWRA, agência voltada para a assistência aos refugiados da Palestina no Oriente Próximo. A escola sofreu “pequenos danos”.
Na tarde de sábado, os bombardeios israelenses se intensificaram. Um bombardeio ocorreu no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, uma área densamente povoada por milhares de palestinos. Um restaurante também foi alvo de ataques, ceifando a vida de aproximadamente oito palestinos.
O Exército de Israel anunciou que está intensificando planos e manobras para realizar uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza com o objetivo de eliminar o Hamas. O chefe das FDI (Forças de Defesa de Israel), tenente-general Herzi Halevi, advertiu os comandantes da Brigada Golani que eles podem esperar surpresas preparadas por terroristas quando entarem na Faixa de Gaza na próxima ofensiva terrestre, mas que as FDI também prepararam algumas.
FONTE: Click PB