Candidato à prefeitura de Coari, Dr. Raione Cabral (Mobiliza) foi pela Polícia Federal nesta quarta-feira 2 após promover uma “chuva de dinheiro” em uma praça pública do município localizado no interior do Amazonas.
Ele foi encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos. Cabral responderá por possíveis crimes de corrupção eleitoral e caixa dois, cujas penas somadas podem chegar a 9 anos de prisão.
Vídeos que circulam em redes sociais mostram o alvoroço causado pela ação do candidato. Enquanto ele joga as notas da base de uma estátua de Cristo, um grupo corre para pegar o dinheiro. Carros e motos são deixados em meio à rua e seus condutores, que também vão atrás das notas.
A defesa do candidato disse que não houve cometimento de crime através de um vídeo publicado nas redes sociais. Por meio de nota, o diretório estadual do Mobiliza afirmou não reconhecer a candidatura de Cabral e, por isso, preferiu não comentar a prisão dele.
Advogado, Raione Cabral é conhecido por fazer forte oposição ao ex-prefeito Adail Pinheiro (Republicanos), seu principal adversário nas eleições deste ano, e aos familiares do ex-gestor.
Com quase 74 mil moradores, Coari é o sexto município mais populoso do Amazonas. De lá até Manaus, as viagens de barco costumam levar sete horas. Já de avião, são duas horas. Por terra, é necessário fazer um trajeto de mais de 3,4 mil quilômetros.
A legislação eleitoral proíbe “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer a abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.
Cabral não declarou nenhum bem à Justiça Eleitoral. No início de setembro, ele renunciou à candidatura para apoiar Harbem Avelar (PMB) na corrida pela prefeitura. A aliança tem o objetivo de unir forças contra a candidatura de Pinheiro. Até o momento, contudo, o advogado aparece oficialmente como candidato no sistema do TSE.