Desemprego recua a 6,2% e atinge mínima da série histórica

Mínima havia sido registrada no trimestre até dezembro de 2013 (6,3%); conforme IBGE, número de desempregados no país até outubro chega a 6,8 milhões

 

A taxa de desemprego recuou a 6,2% no Brasil no trimestre até outubro, apontam dados divulgados ontem sexta (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o resultado, o indicador atingiu a mínima de toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

O levantamento teve início em 2012. Antes da divulgação desta sexta, a mínima havia sido registrada no trimestre até dezembro de 2013 (6,3%).

O desemprego tinha sido de 6,8% nos três meses encerrados em julho deste ano, que servem de base de comparação.

Para o intervalo até outubro, o mercado financeiro esperava taxa de 6,2%, segundo a mediana das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 6% a 6,4%.

Conforme o IBGE, o número de desempregados atingiu 6,8 milhões até outubro. O contingente era de 7,4 milhões até julho.

A população desocupada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse grupo nas estatísticas oficiais.

Analistas afirmam que a redução do desemprego reflete principalmente o aquecimento da economia. A proximidade do final do ano também pode estimular contratações temporárias.

“É um cenário de resiliência do mercado de trabalho, que já vem há algum tempo, desde a saída da pandemia”, diz o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA.

Embora seja considerado fator preponderante para entender os dados, o desempenho positivo da atividade econômica não explicaria sozinho o fato de o desemprego estar em um patamar tão baixo para a série do IBGE.

De acordo com Imaizumi, um ponto secundário que contribui para o resultado é a taxa de participação mostrar nível inferior ao do pré-pandemia.

Esse indicador mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estão inseridas na força de trabalho como ocupadas (empregadas) ou desempregadas (à procura de oportunidades).

No pré-pandemia, a taxa de participação estava acima de 63%. Durante a crise sanitária, o indicador caiu, e a recuperação não foi suficiente para a retomada do nível anterior à crise.

Conforme Imaizumi, o quadro pode estar associado principalmente ao envelhecimento da população. Tradicionalmente, os mais velhos estão entre os brasileiros com menor inserção no mercado, o que contribuiria para frear a procura por trabalho e, assim, reduzir a pressão sobre a taxa de desemprego.

“Mas isso não anula o fato de que o mercado de trabalho está absorvendo as pessoas, tanto na formalidade quanto na informalidade”, diz o economista.

Ele também vê estímulos para a geração de empregos com a volta de serviços presenciais após a pandemia e com a redução de custos judiciais para empresas depois da reforma trabalhista de 2017.

A taxa de desemprego já havia marcado 6,4% no trimestre até setembro deste ano. O IBGE, contudo, evita a comparação direta entre períodos com meses repetidos, como é o caso dos intervalos finalizados em setembro e outubro.

FONTE: Portal Correio