A seleção feminina de vôlei estreia no Campeonato Sul-Americano nesta quarta-feira, às 17h (de Brasília), diante do Equador, em Cajamarca, no Peru. Será a volta da equipe ao país após a participação nos Jogos Pan-Americanos — com um time alternativo, as brasileiras ficaram sem medalha em Lima. A diferença é que, agora, a Seleção é a principal, embalada pela vitória no Pré-Olímpico disputado em Uberlândia, que garantiu as brasileiras nos Jogos de Tóquio. Depois de um 3 a 0 contra Camarões, dois triunfos suados por 3 sets a 2 diante de Azerbaijão e República Dominicana.
“O Azerbaijão foi uma seleção que surpreendeu. Não é muito tradicional no vôlei, mas foi uma partida difícil. A jogadora que vai atuar pelo Bauru (Polina Rahimova, oposta) foi bem, um saque muito bom. E contra a (República) Dominicana, não tem nem o que falar. A evolução delas, o que o Marquinhos (Marcos Kwiek, técnico) tem feito lá… Uma seleção muito alta, muito forte. Todo mundo brinca que não precisava matar a torcida do coração (risos), mas foram grandes jogos”, disse a central Bia.
A vaga assegurada dá tranquilidade há menos de um ano dos Jogos. Para a levantadora Roberta, algo essencial para José Roberto Guimarães definir o time que irá a Tóquio — última competição dele como técnico da seleção feminina.
“Acho que tira um pouco do peso nas costas. Se a gente não tivesse vencido (o Pré-Olímpico), ia para uma repescagem em janeiro, muito mais difícil. Agora, tem o lado positivo de poder, entre aspas, relaxar, né? Ele (Zé Roberto) poder treinar posições, ajustar detalhes”, comentou.
Testes que já começam no Sul-Americano, onde além das equatorianas, as brasileiras enfrentarão Venezuela e Argentina pelo Grupo A — os dois melhores vão à semifinal. Peru, Uruguai, Bolívia e Colômbia estão no Grupo B.
Entre as novidades em relação ao grupo do Pré-Olímpico e ao que foi vice-campeão da Liga das Nações, estão as ponteiras Gabi Cândido e Drussyla e as bicampeãs olímpicas Fabiana e Sheilla. A central e a oposta voltam a Seleção após três anos. Sheilla havia parado de jogar para ser mãe. Ela deu a luz às gêmeas Liz e Ninna, mas decidiu retornar às quadras este ano.
Com 19 títulos (os últimos 12 consecutivos), o Brasil é o maior vencedor do Sul-Americano.
COPA DO MUNDO
Após o Sul-Americano, as brasileiras disputam a Copa do Mundo, entre 14 e 29 de setembro, no Japão. A convocação para a competição ainda não foi divulgada, mas a Seleção terá o reforço de Camila Brait. Após ficar fora dos Jogos de Londres e Rio de Janeiro, a líbero tinha decidido não atuar mais pela Seleção, mas resolveu se dar mais uma chance.
“Depois de 2016, muita coisa mudou. Realizei o sonho de ser mãe, voltei a jogar em alto nível, o Luizomar (de Moura, técnico do Osasco) e a comissão tiveram tranquilidade e paciência nessa volta. Depois, veio a convocação do Zé (Roberto), conversamos bastante, pedi um tempo para pensar e agora tomei minha decisão. Vou de peito aberto para meu sonho de jogar a Olimpíada”, explicou.
Quem também sonha com a estreia olímpica é a central Mara, destaque no título do Minas Tênis Clube na última Superliga e reforço do Osasco para a nova temporada. Ela participará tanto do torneio continental quanto do Mundial.
“A gente não sabe quem estará em Tóquio. Mas (no Osasco) tem a Camila Brait com experiência, a Jaqueline, jogadoras que já passaram por isso e acrescentam muito a mim não só na Seleção, mas no clube também. São meninas que ganharam muita coisa”, disse.
Além das donas da casa, a Seleção enfrentará no Japão a atual campeã Sérvia, a campeã olímpica China, Coreia do Sul, Camarões, Quênia, Rússia, Holanda, Argentina, Estados Unidos e República Dominicana. Vice-campeão em três ocasiões (1995, 2003 e 2007), o Brasil busca um título inédito.