O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) acredita que o desleixo e as complicações impostas pelo Governo Federal no que diz respeito às obras da transposição do Rio São Francisco tem um objetivo: privatização. Conforme o socialista, em entrevista ao programa 60 Minutos, da Arapuan FM, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pode incluir a operação das obras no pacote de privatização que vem sendo implantado no país.
“Não tenho a menor dúvida disso”, afirmou Ricardo ao ser questionado pelo jornalista Fábio Bernardo sobre a intenção de privatização da obra por parte de Bolsonaro.
Para Ricardo, há uma espécie de tentativa de desvalorizar a obra para depois repassar a um investidor privado.
“O discurso do Governo é: R$ 300 milhões para operar os dois eixos é uma coisa muito cara. Você olha a votação da reforma da Previdência, colocaram perdão fiscal de R$ 84 bilhões para o agronegócio. Essa onda privatista é uma estratégia que o Governo tem, geralmente os privatistas têm, de reduzir o valor daquilo que eles querem vender. Quando a empresa é caracterizada de baixo custo, deficitária, como problema, para que depois seja repassada a preço de banana para o investidor privado”, disse o ex-governador na entrevista ao programa que também é ancorado pelo jornalista Ruy Dantas.
Com posição definida, o socialista deixou claro sua opinião sobre o caso. “Particularmente, sou contra a privatização da operação do São Francisco. Os Estados e o Governo Federal têm que assumir isso”, destacou Ricardo. “A obra precisa terminar”, completou.
SOS Transposição
O ex-governador Ricardo Coutinho convocou o ato ‘SOS Transposição – Grito do Nordeste’ que acontece neste domingo (1º), em Monteiro. Nomes como Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, além do senador Veneziano (PSB) já estão confirmados no evento. Artistas, como Chico César, lideranças políticas, parlamentares e políticos também vão ao ato.