Coronavírus: Ameaça de pandemia é real, diz OMS

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou nesta segunda (9) que a “ameaça de pandemia” pelo Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, é real.

“Agora que o novo coronavírus está presente em muitos países, a ameaça de uma pandemia tornou-se muito real”, declarou Tedros. “Mas seria a primeira pandemia da história que poderia ser controlada. O ponto principal é: não estamos à mercê deste vírus”, disse.
Segundo o último boletim da entidade, 101 países, áreas ou territórios foram atingidos pelo Covid-19.

Para Michael Ryan, o diretor-executivo de programas de emergência da OMS, o princípio do uso da palavra “epidemia” é que a doença está mais espalhada de país para país. “Da nossa perspectiva, nós estamos alcançando o ponto, com 100 países e 100 mil casos, é hora de olhar para trás e pensar. Não é uma medida quantitativa, mas é uma medida qualitativa. A essa altura, muitos países podem ser afetados, o vírus estará em todos os lugares”, afirmou Ryan.

“Não estou preocupado com a palavra, estou preocupado com a reação do mundo a essa palavra. Qual vai ser a reação? Lutar contra o vírus ou desistir?” – Michael Ryan, OMS
“De todos os casos reportados ao redor do mundo até agora, 93% são de apenas 4 países”, lembrou Tedros. “Essa é uma epidemia desigual no nível global. Países diferentes têm cenários diferentes, pedindo uma resposta personalizada”.

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Os países com mais casos reportados de Covid-19 são a China, onde o vírus surgiu, o Irã, a Coreia do Sul e a Itália.

A líder técnica de programas de emergência da entidade Maria van Kerkhove também destacou a necessidade de investigar a transmissão do vírus para trabalhadores de saúde — apesar de esse não ser, segundo a cientista, um grande fator de transmissão do Covid-19. Ryan lembrou que é difícil obter dados nesses países por causa da emergência com o vírus.

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O especialista também lembrou que é difícil avaliar os números de pacientes que se recuperaram da doença, pois não há um critério objetivo e a OMS não monitora esses números. Mesmo um paciente que tenha dois testes negativos para o vírus pode levar meses para se recuperar da doença do ponto de vista clínico, disse Ryan.