“Me preocupo, tenho meus medos, mas o coletivo tem que ser realmente colocado à frente”. A afirmação partiu do médico infectologista Fernando Chagas e resume bem o dia-a-dia dos profissionais da saúde neste período de crise gerado pelo avanço do novo coronavírus em nível mundial.
Em entrevista concedida à uma emissora de rádio pessoense, o médico destacou que é importante entendermos que fazemos parte de um processo e uma estrutura social e o profissional da saúde está na linha de frente, principalmente nestas ocasiões.
Em suas falas, ele disse participar de grupos com alguns colegas de profissão e ter percebido a angústia instaurada com o aumento de usuários em unidades de urgência.
“Isso tem angustiado demais os profissionais porque eles ficam preocupados com a proteção”, completou.
De acordo com Fernando, algo que está sendo bastante difícil é a forma que ele está precisando lidar em relação a sua família, justamente, por estar diariamente exposto.
“Eu não vou poder fazer o aniversário da minha filha que vai ser agora, eu não posso visitar minha mãe idosa e doente, porque eu estou na linha de frente. Eu não posso arriscar. Não é fácil para ninguém. É um momento que a gente tem que se doar”, ponderou.
Por fim, o infectologista fez um apelo aos profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentre outros, que se mantenham firmes.
“O momento agora é esse. A gente chama esse momento na infectologia de Hora de Ouro, é a hora da contenção”, finalizou.