Infectologista conta o que é mito e verdade sobre o coronavírus

No meio da pandemia do coronavírus, uma coisa tem causado muito pânico entre a população: são as fake news que estão sempre presentes desvirtuando a verdade e provocando o caos. Elas geralmente ocorrem nas redes sociais e são rapidamente replicadas através de outros meios de comunicação, como aplicativos de envio de mensagem para celular.

Com a pandemia do coronavírus não tem sido diferente, e a cada dia é possível recebermos em grupos vídeos, áudios, recortes de matérias informando inverdades.

Além delas, ainda há os mitos que causam um embaraço a respeito da doença. Para tentar desmistificar alguns deles, o infectologista João Paulo Ribeiro, do Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina Grande, disse o que é ou não é verdade entre as notícias espalhadas sobre o coronavírus.

Ele falou sobre as máscaras cirúrgicas que estão sendo bastante usadas nas ruas e disse que elas protegem sim e que, até as máscaras comuns podem ser usadas para proteção.

Com relação ao álcool em gel, ele disse que este produto deve ser usado apenas quando sair de casa e se não achar um local com água e sabão para higienizar as mãos, pois estes dois últimos juntos são os mais eficazes para matar o vírus.

– Lavar bem a boca com enxaguante bucal e o nariz é uma das coisas que temos que fazer para nos protegermos contra o vírus, e de outras bactérias também. Além disso, também é preciso lavar bem as mãos. A princípio, animais, como cães e gatos, não são transmissores ou fatores de risco para o Covid-19. É preciso se alimentar bem, se hidratar e consumir alimentos que contenham vitamina C, pois ela melhora a imunidade – declarou.

O médico disse ainda, durante entrevista à Rádio Campina FM, que a vacina contra a pneumonia não imuniza contra o coronavírus, assim como a vacina contra a gripe.

A ingestão de água a cada quinze minutos não é necessária, assim como tomar água e banho quente não matam o vírus.

– A ingestão da água a cada duas horas já é suficiente para estar bem hidratado. Tomar água ou banho quente não mata o vírus, o que pode ocorrer é melhorar a dor da garganta. A ingestão em excesso do álcool também não mata o vírus e não é recomendável, pois baixa a imunidade – alertou.

Pessoas jovens, grávidas e bebês também podem ficar doentes, mas a maior preocupação é com idosos e pessoas com imunidade baixa ou que sejam portadores de outras doenças.

De acordo com o médico, o problema é que no Brasil há um grande aglomerado de pessoas nas ruas das médias e grandes cidades: cenário favorável para o coronavírus, já que este é de grande contágio.

– O frio realmente propaga mais que o calor, só que no Brasil temos um problema grande que são aglomerações e, com isso, já nos dá um risco maior de adoecimento. Se não fosse assim, essa curva não seria tão desfavorável com essa doença. Além disso, temos outros agravantes que fazem com que sejamos um país que tenha muitos casos da doença – contou.

O médico ainda destacou o problema da automedicação. De acordo com ele, esta atrasa a avaliação médica e, em muitos casos, o uso indiscriminado de anti-inflamatório acaba agravando a situação. João Paulo ressaltou que, em casos de sintomas característicos do coronavírus, é necessário o paciente passar por avaliação médica.

Por fim, ele comentou a respeito das fake news e do perigo da divulgação deste tipo de conteúdo.

– Nessas horas, em meio a tanto boato de redes sociais, que vemos pela internet sendo propagada, o que orientamos é sempre confiar em informações embasadas por estudos, especialistas. Nessas horas é importante que possamos estar diante de informações mais confiáveis. Infelizmente, há pessoas que se aproveitam desses momentos para ganhar dinheiro ou fama em cima do caos, o que é lamentável – finalizou.