A necessidade de isolamento social provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19) afetou a atividade de milhares de pequenos negócios em todo o País.
No entanto, a criatividade e a oportunidade de negócio neste período são as principais ferramentas para superar as adversidades atuais.
Pequenos negócios paraibanos estão aproveitando o momento para produzir máscaras de proteção, desde as de tecido até as de acrílico, vendendo, inclusive, para o atacado.
Uma delas é a Três D Art e Mídia, localizada em Catolé do Rocha, Alto Sertão da Paraíba, e que tem produção diária de 250 peças, com mais de 2 mil unidades vendidas a pelo menos 20 prefeituras.
O proprietário, Rodolfo Vieira, decidiu, junto com a esposa, Iaconara Veríssimo, produzir protetores faciais feitos de acrílico, acetato, poliestireno e elástico anatômico.
Por já ter atuado como enfermeira, Iaconara, além de ter auxiliado com a rede de contatos, acompanhou a produção para que as máscaras seguissem todas as normas exigidas pelo Ministério da Saúde.
O empreendedor explica, também, que os protetores faciais podem ser reutilizados e, além de vender a partir de uma peça, foi lançada a versão infantil.
“Estamos atendendo a prefeituras que nem conhecíamos. Além dos oito funcionários que temos, tivemos de contratar temporários para atender a demanda e criamos um programa de incentivo para que nossos colaboradores ganhem com o aumento da produção em horários alternativos. Minha esposa foi essencial para seguirmos em frente com essa ideia”, destaca, acrescentando que o protetor facial já foi vendido para cidades como Natal, Mossoró e Campina Grande.
Outro caso de criatividade é o da microempresária e artesã da moda Ana Maia, que criou a Deo Gratia com o objetivo de produzir máscaras de tecido em tricoline 100% algodão neste período.
Ela atua há 15 anos com fabricação de roupas em algodão colorido e contou que pretende gerar renda para costureiras e artesãos que já trabalham em parceria com ela.
“Começamos a produção na semana passada e já recebemos propostas, mas ainda não fechamos negócios por causa do feriado. Com essas máscaras, quero que a empresa tenha condições de manter esses artesãos. Nossa capacidade de produção será de pelo menos 800 máscaras por dia”, contabiliza.
Segundo a microempresária, também será possível comprar máscaras avulsas.
“Nossa estratégia é procurar pontos onde há grande circulação de pessoas, como supermercados”, pondera.
Para o gerente regional do Sebrae, Lúcio Wolmer, o apoio da instituição, por meio de consultorias realizadas anteriormente, permitiu a percepção dos empreendedores para essa oportunidade de negócio.
“O empreendedorismo de fato acontece quando temos a capacidade de invertermos as ações e nos adequarmos aos momentos e necessidades. Acima de tudo, estas nuances atuam com responsabilidade com o próximo e proporcionam uma oportunidade que deve ser seguida por outras empresas. Afinal de contas, oportunidades nunca deixarão de existir e apenas os que estiverem com a percepção voltada para os clientes e necessidades do mercado poderão aproveitar da melhor forma”, afirma.
Com Heleno Lima