Governador João Azevedo aponta dubiedade no Ministério da Saúde

O governador paraibano João Azevedo (Cidadania) concedeu, no final de semana, uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, na qual registrou que o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional para estados e municípios (R$ 60 bilhões) é “muito importante”, mas não vai resolver todo o problema da queda de arrecadação dos entes federativos durante a pandemia do novo coronavírus.

“Havia uma necessidade real de ter uma ajuda. Vai resolver? Não. Isso resolve talvez metade da queda de receita que os Estados terão, porque a exigência de investimentos na área da saúde será muito maior. Mas, ainda assim, é uma ajuda importante que vem para aliviar um pouco o que os Estados precisam para esse momento”, discorreu Azevedo.

Azevedo declarou à publicação que é necessária uma mudança na forma de distribuição dos repasses da área da saúde do governo federal para os Estados durante a pandemia da covid-19.

A liberação baseada em critérios de assistência de média e alta complexidade, na visão de João, funciona em condições normais, mas não em uma pandemia.

Azevedo avaliou que houve perda de continuidade no Ministério da Saúde com a troca de comando durante a pandemia do novo coronavírus.

“Houve solução de continuidade e era até natural que houvesse. Entretanto, esperávamos que aquilo que tinha sido definido anteriormente pudesse rapidamente ser retomado, e nós não estamos percebendo isso. Essa é a grande verdade”, verbalizou.

O governador avançou no tema da troca de ministros na Pasta da Saúde: “A própria orientação, a fala do ministro (Nelson Teich) é dúbia, ‘mantém o isolamento, depois não, eu falo de afastamento’. Não, não tem essa coisa de afastamento. É isolamento mesmo… (dias atrás) ele falou de um plano para que algumas regiões promovam lockdown (fechamento total de cidades). Mas, cadê esse plano? Qual é a orientação do Ministério? Hoje, está faltando muito isso”.

Ele informou que os governadores do Consórcio do Nordeste têm buscado comprar respiradores da China, Europa, e agora, a ideia é buscar também na Turquia.

Sobre a situação interna na Paraíba, João disse ao jornal que “estamos monitorando diariamente o número de casos e se houver necessidade nós vamos, sim, pedir autorização para promover lockdown, pelo menos na região metropolitana de João Pessoa. Mas, isso só será solicitado se números continuarem aumentando”.

Azevedo disse ao ´Estadão´ que “é extremamente preocupante a situação hoje, não só dos Estados do Nordeste, mas do Brasil como um todo. Estamos diante de uma situação que é grave e ao mesmo tempo sem uma grande coordenação nacional que pudesse conduzir todo esse processo”.