No total, as operações representam R$ 102,8 bilhões. O levantamento leva em conta apenas contratos com pagamento em dia.
Ao todo, são 1,2 milhões de contratos. Destes, 36 mil foram renegociados ou portados.
Segundo documento, esses clientes poderiam renegociar ou pedir portabilidade de crédito -quando há transferência da dívida para outro banco com taxas e prazos mais vantajosos.
“Se as taxas de mercado se mantiverem em patamares historicamente baixos, há ainda elevado potencial para ganhos com a portabilidade do crédito imobiliário”, diz a pesquisa.
A taxa básica de juros, fixada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, está em trajetória de queda desde outubro de 2016. A partir julho de 2017, a Selic se manteve abaixo de 10% ao ano.
Atualmente, a taxa está em 3% ao ano, a menor da história. Como ela norteia todas as outras, com a redução, o valor cobrado pelos empréstimos também cai.
Assim, empréstimos realizados hoje têm juros mais vantajosos.
Segundo o estudo, em 2019 foram feitos 4.610 pedidos de portabilidade de crédito imobiliário, 200% a mais que no ano anterior.
A mediana das novas taxas das operações transferidas de um banco para outro foi de 7,71% ao ano, redução de 2,99 pontos percentuais em relação às taxas originais.
No período, 79,1% dos contratos transferidos foram de créditos tomados entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro de 2017, quando o Brasil registrava as maiores taxas.
De acordo com o estudo, os juros obtidos com a portabilidade são semelhantes aos praticados em novas contratações.
No segundo semestre de 2019, a mediana de financiamentos imobiliários foi de 7,94% ao ano. Contratos renegociados fora do processo de portabilidade tiveram taxas em torno de 8%.
“A principal conclusão desta análise é que as taxas de juros repactuadas em contratos portados ou renegociados fora do escopo da portabilidade são compatíveis com os juros dos novos contratos realizados em taxas de mercado, que estão em trajetória de redução e cuja média no final de 2019 era de 7,99% ao ano”, afirmou documento.
De acordo com cálculos do BC, as reduções nas taxas correspondem a descontos significativos no valor total do empréstimo.
Por exemplo, se um contrato de R$ 300 mil de crédito imobiliário, com uma taxa de juros de 10% ao ano e duração de 30 anos, fosse portado ou renegociado com juros de 9% ao ano (diminuição de 1 ponto), o desconto seria superior a R$ 40 mil no montante total (o equivalente a R$ 200, ou 7,9%, na prestação mensal)