A Paraíba se tornou o estado do Nordeste com mais mortes causadas por raios no ano de 2020, segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De janeiro até o início do mês de junho, quatro óbitos tinham sido registrados no Estado.
Os casos aconteceram nos municípios de Massaranduba, Cubati e Conde.
Os números de 2020 igualam o acumulado de ocorrências fatais registradas entre 2000 e 2019. O levantamento mostrou ainda que 43% dos óbitos causados por raios na Paraíba têm como vítimas crianças e jovens com idade entre 10 e 19 anos. O segundo grupo mais afetado é composto por pessoas na faixa etária dos 20 aos 29 anos.
A maioria das fatalidades com descargas elétricas atmosféricas (75%) aconteceu ao ar livre.
Segundo o professor e engenheiro eletricista Ronimak Trajano, não há uma explicação científica para esse aumento, mas que ele pode ser atribuído à falta de cuidados da própria população.
– Cientificamente não há como a gente afirmar que esse aumento ocorreu por eventos da natureza. Pode ter acontecido de nos anos anteriores não ter tido registros de casos assim. O que podemos dizer é que isso pode ser atribuído à falta de prevenção da população, às vezes por falta de conhecimento ou até excesso de confiança – explicou em entrevista concedida à rádio Campina FM, na manhã desta segunda-feira, 29.
O especialista deu também dicas importantes de prevenção a acidentes dessa natureza para quem vive na zona rural e também na urbana.
– É interessante quando se estar em zona rural, procurar abrigo. Pode ser difícil, mas é o mais indicado. Quando não conseguir, é ficar agachado e com os pés longe um do outro. Nunca deitar. Na zona urbana, permanece o conselho de buscar abrigo. Nesse caso, ficar dentro do carro e sem tocar nas laterais dele é o mais indicado. Apesar de não ser projetada para aquilo, a gaiola metálica do carro se torna o espaço mais eficiente para se proteger. Mas, lembrem-se, sem tocar as laterais do veículo – destacou.