Picado por uma cobra naja, o estudante Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul acordou do coma induzido. O universitário está bem, conversou e agradeceu a equipe médica pelo socorro imediato. Segundo os médicos, estado geral de saúde do rapaz só será conhecido 48 horas após ele ter acordado.
O rapaz está internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. Para a equipe médica, o jovem tem respondido ao tratamento melhor do que o esperado e, muito provavelmente, Pedro Lehmkul não precisará recorrer ao soro antiofídico específico. O produto foi encomendado pela família e deve chegar dos Estados Unidos.
Oficialmente, o Hospital Maria Auxiliadora não divulga boletim médico do rapaz, a pedido da família. Entretanto, informa que ele “está reagindo aos tratamentos”. A unidade ressalta que nenhum médico está autorizado a repassar informações.
Pedro mora na QE 40 do Guará 2 e criava a cobra naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro. O jovem, que é estudante de medicina veterinária, foi picado na terça-feira (7). As circunstâncias do acidente com a cobra ainda são desconhecidas.
A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo soro — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível.
Entenda o caso
Tão logo foi atacado pela naja, Pedro foi levado ao hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal.
O animal exótico foi encontrado no fim da tarde de quarta-feira (8), dentro de uma caixa de plástico, próximo a um barranco, nas redondezas de um shopping. Como Pedro não tem autorização para criar o animal, ele pode ser multado em até R$ 5 mil.
A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.
Com o Liberal