Um grupo de manifestantes invadiu o plenário principal da Câmara dos Deputados no início da tarde desta quarta-feira (16) e interrompeu o andamento de uma sessão não deliberativa da Casa.
Os cerca de 50 manifestantes subiram à mesa da presidência e se recusavam a sair do local. Durante o protesto, eles gritaram palavras de ordem contra a corrupção, pediram “general aqui” e defenderam uma intervenção militar, atitude ilegal e contrária à Constituição. O grupo também cantou o Hino Nacional durante o protesto.
Uma participante chegou a cuspir em um dos seguranças da Câmara, o que iniciou um tumulto no local.
O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), e outros deputados foram ao local para tentar negociar a liberação do espaço. Enquanto o grupo estava no plenário da Casa, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), criticou os manifestantes e pediu respeiro à democracia.
“Eles querem negociar, estão chamando o general para sairem daqui. É um grupo de direita, e o país não comporta mais isso [intervenção militar]. Eu vivi a ditadura militar, eu vivi a desgraça da administração do PT, mas viva a democracia, tem que respeitar a democracia”, afirmou o peemedebista.
De acordo com o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), os parlamentares foram informados pela segurança da Casa de que havia a possibilidade de manifestantes estarem armados.
“Não podemos permitir que o parlamento, que representa a sociedade, sofra uma violência como essa”, afirmou.
Manifesto
O grupo apresentou um manifesto no plenário com uma pauta extensa e pede, entre outros pontos, o fim de “supersalários” a servidores públicos; de aposentadorias em valores elevados; de ensino classificado por eles como “carregado de ideologia”, além de fatores considerados pelos manifestantes como comunistas e socialistas.
Os integrantes do grupo se disseram a favor da intervenção militar no Brasil porque, segundo eles, os deputados federais estão implantando o comunismo no Brasil.
Eles também se dizem contrários a mudanças no projeto de lei das medidas de combate à corrupção. O protesto foi organizado por redes sociais, segundo o grupo.
Durante a invasão, uma das portas de acesso ao plenário da Casa foi quebrada pelo grupo.
Imprensa
Toda a imprensa foi retirada do plenário pela Polícia Legislativa da Câmara. Repórteres e cinegrafistas foram retirados, sem que pudessem continuar registrando os procedimentos da Polícia Legislativa.
Além disso, a transmissão da sessão pela TV Câmara foi interrompida enquanto os manifestantes estavam no plenário.
Segundo Mansur, a imprensa foi expulsa do local porque a presença de jornalistas poderia atrapalhar na negociação.
“Se pusermos a imprensa aqui dentro, complica, porque aí que eles não saem, não negociam porque eles querem aparecer na mídia”, afirmou. Ainda de acordo com Mansur, todos serão indiciados.
Cariri em Ação
Com G1