Reconstituição da morte de adolescente dura 7 horas em Cuiabá

A reconstituição da morte de Isabele Ramos, de 14 anos, durou 7 horas no condomínio de luxo ondo o caso ocorreu, em Cuiabá, no dia 12 de julho. A simulação dos fatos começou por volta das 18h30 dessa terça-feira (18) e seguiu até às 1h40 desta quarta-feira (19).

Todas as pessoas intimadas pela Polícia Civil compareceram no local, com exceção da adolescente que fez o disparo. A defesa da dela protocolou um pedido na tarde de segunda-feira (17) informando que ela não participaria da reconstituição, pois não tinha condições psicológicas.

A menina foi representada por uma pessoa que tinha estatura e pesos compatíveis.

Reconstituição do caso Isabele durou 7 horas em Cuiabá — Foto: Divulgação

Reconstituição do caso Isabele durou 7 horas em Cuiabá — Foto: Divulgação

Foram reproduzidos todos os movimentos realizados pelos envolvidos no caso para apontar a compatibilidade das versões apresentadas na investigação. A simulação foi feita com três disparos.

A reprodução também contou com um grupo de 41 profissionais entre investigadores, escrivães, delegados e peritos.

Isabele Guimarães Rosa, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio de Cuiabá — Foto: Instagram/Reprodução

Isabele Guimarães Rosa, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça em condomínio de Cuiabá — Foto: Instagram/Reprodução

Perícia contrapõe versão

O advogado da família da adolescente que efetuou o disparo, Rodrigo Pouso, contou que o pai da suspeita do tiro acidental estava na parte inferior e pediu para que a filha guardasse a arma no andar superior, onde estava Isabele.

A adolescente pegou o case – uma maleta onde estavam duas armas – e subiu obedecendo ao pai. Apesar de estar guardada, a arma estava carregada.

Segundo o advogado, uma das armas caiu no chão e a adolescente tentou pegar, mas se desequilibrou ao levantar e o objeto acabou disparando.

A menina negou que brincava com a arma ou que tentou mostrar o objeto para a amiga.

No entanto, um Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) aponta que a pessoa que matou Isabele Ramos estava com a arma apontada para o rosto da vítima, a uma distância que pode variar entre 20 e 30 cm, e a 1,44m de altura. O laudo é assinado pelo perito criminal Thiago José Resplande Lima, no dia 7 de agostohttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Conforme o documento da Politec, Isabele estava no banheiro da suíte na parte superior da casa da amiga.

Amigos e familiares da adolescente Isabele Ramos, de 14 anos, deixaram flores, homenagens e bichos de pelúcia na calçada da casa onde o caso aconteceu — Foto: Arquivo pessoal

Amigos e familiares da adolescente Isabele Ramos, de 14 anos, deixaram flores, homenagens e bichos de pelúcia na calçada da casa onde o caso aconteceu — Foto: Arquivo pessoal

Em momento seguinte, o atirador entrou no banheiro, na parte esquerda, com a pistola apontada para a face da vítima, contra a qual efetuou disparo acionando o gatilho. A vítima foi atingida no nariz pelo tiro, que transfixou a cabeça.

Laudo de balística da Politec atesta que o tiro que matou Isabele Ramos não foi disparado acidentalmente.

Praticante de tiro

As duas famílias, a da adolescente que disparou, e a do namorado dela praticam tiro esportivo.

A Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) disse que a adolescente que matou a amiga é praticante de tiro esportivo há pelo menos três anos.

Segundo a federação, o pai e a menina participavam das aulas e de campeonatos há três anos. Os nomes deles constam nos grupos, chamados ‘squads’, que participavam das competições da FTMT.

Outros membros da família também participavam desses grupos e praticam o esporte.

O advogado da família contestou a informação e afirmou que a adolescente praticava o esporte há apenas três meses.

COM G1