O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) vai investigar a suspeita de vazamento de informações médicas sigilosas da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada em São Mateus, no Norte do estado.
O CRM-ES considerou que as notícias relativas ao vazamento de informações médicas sigilosas são de extrema gravidade e que compete ao Conselho apurar se houve envolvimento médico.
O Conselho também vai atender um pedido formal de avaliação do atendimento médico à menor realizado no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam).
Alegando falta de capacidade técnica, a equipe médica se recusou a fazer o aborto e a menina precisou viajar para passar pelo procedimento em uma unidade de referência em Pernambuco.
Segundo o órgão, o pedido de apuração foi feito por uma deputada de São Paulo ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que encaminhou para o CRM-ES, já que a investigação deve ser feita pelo regional do estado onde o fato aconteceu.
“O CRM-ES, por meio do seu Tribunal de Ética, irá apurar os fatos em questão, o que ocorre em sigilo. Todos os trâmites da investigação serão realizados no menor prazo possível”, diz anota enviada à imprensa.
Vazamento de dados e investigações
Nesta sexta-feira (21), o Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pediu que a Polícia Civil instaure inquérito para apurar vazamentos de dados da criança.
O vazamento também já é apurado pelo MPES e pelo Ministério Público Federal (MPF-ES).
Na quarta-feira (19), o MPES também ajuizou ações contra a extremista Sara Giromini e contra um homem morador de São Mateus.
Sara teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso da criança e divulgou as informações em um vídeos publicado na internet. O MPES pediu à Justiça que ela seja condenada a pagar R$ 1,3 milhão a título de dano moral.
O YouTube encerrou a conta da extremista “por violar os Termos de Serviço” da plataforma.
Já o homem é acusado ter invadido a residência da família da vítima, manifestando-se de forma contrária à interrupção da gravidez, ameaçando a responsável pela criança.
Aborto em Pernambuco
A menina interrompeu a gestação em Recife por ordem da Justiça.
A saída da criança do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) foi confirmada nesta quarta (19), mas a data e horário da alta e o destino da menina não foram divulgados.
A família da menina aceitou participar do Programa de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência (Provita), oferecido pelo Governo do Espírito Santo e que prevê apoio como mudança de identidade e de endereço.
Família de criança estuprada aceita entrar em programa de proteção do ES
Prisão
O suspeito de estupro é um tio da menina, de 33 anos. Ele foi preso em Betim, em Minas Gerais. Depois de preso, o tio foi ouvido pela polícia, mas o teor do depoimento não foi divulgado. “Informalmente” ele teria confessado o abuso aos policiais que fizeram a prisão.
O homem seguiu para o Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha, na Grande Vitória. Ele foi indiciado por estupro de vulnerável e ameaça e estava foragido desde a última semana.
A Polícia Civil do Espírito Santo já recebeu, do Instituto de Genética Forense de Pernambuco, os perfis genéticos do feto e da menina.
Segundo a polícia, os perfis genéticos estão sob análise no Laboratório de DNA da corporação para que sejam feitas as confrontações com o perfil do tio da menina.
Ainda de acordo com a polícia, o material biológico do preso já foi coletado para processamento.
COM G1