Em meio a um cenário de crise e com as mudanças que proíbem a doação de dinheiro através de pessoa jurídica, alguns partidos políticos na Paraíba já estão mobilizados para juntar dinheiro e arrecadar algum recurso dos filiados e pretensos candidatos para disputar as eleições de 2018.
Enquanto alguns apelam pela contribuição dos filiados, outros tentam economizar do Fundo Especial de Assistência Financeira aos partidos políticos. Há, inclusive, legendas consideradas grandes no Estado alegando que ainda não têm verbas para concorrer ao pleito.
Considerado um dos maiores partidos no estado, O PMDB é uma das legendas que alegaram que não tem ‘nenhum centavo’ em caixa, que possa ser destinado à disputa eleitoral, segundo o tesoureiro Antônio de Souza.
“Aqui não temos como utilizar o dinheiro do Fundo para guardar para campanha. Não é suficiente, pois pagamos aluguéis, funcionários e tantas coisas que não sobram. Estamos a zero”, admitiu Antônio de Souza.
O tesoureiro afirmou que na próxima segunda-feira está viajando a Brasília juntamente com o presidente da legenda, senador José Maranhão, para debater como será possível realizar o processo de arrecadação financeira na próxima eleição.
As agremiações ainda estão tendo que se adaptarem as novas regras, que têm campanhas com duração reduzida à metade e gastos restritos. As regras foram testadas no último pleito, em 2016, como forma de preparação para o processo eleitoral de 2018. “As pessoas jurídicas estão proibidas de realizarem doações e a mudança legislativa em relação ao financiamento influencia diretamente na forma de se fazer política”, disse Antônio de Souza.
Com a proximidade das eleições, os partidos devem apelar e priorizar também o uso de redes sociais, para incentivar doações de militantes na disputa estadual. Além do trabalho realizado com o apoio da internet, as direções das legendas vão delegar aos diretórios estaduais algumas outras estratégias para garantir recursos para os candidatos.
Tucanos dizem ter dificuldades
Quem também se preocupa com antecedência em economizar para organizar os gastos da campanha é o PSDB. O presidente estadual Ruy Carneiro alegou que mesmo com as dificuldades, a legenda tem tentado fazer economia do Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos. Mas, ele acrescentou que nem sempre dá para contar com a verba, pois o mesmo dinheiro é utilizado para a manutenção do partido.
Ainda sem uma definição concreta de candidatura – até porque muitos acham que é cedo para oficializar a disputa – o PT já está completamente organizado para financiar a campanha do partido em todo o estado. O presidente estadual Charliton Machado afirmou que a agremiação banca 90% do pleito com recurso próprio, que é captado através dos filiados. O PT faz a arrecadação através do Sistema de Arrecadação de Contribuições Estatuárias (Sace).
Charliton Machado explicou que ao aderir ao Sistema, o filiado informa para o partido uma conta bancária para que seja realizado um desconto regular através de débito bancário. O pagamento também pode ser feito por boleto bancário. “Para o filiado comum a cobrança é descontada a cada seis meses. Porém, para gestores e parlamentares, o pagamento deve ser feito todos os meses. O dinheiro também é utilizado para despesas da legenda. O valor é suficiente e a ação é referência no país”, disse o presidente. Ele aproveitou e fez um apelo para que os filiados cumpram com as suas obrigações, que é suficiente para bancar o pleito eleitoral.
“Sobrevivemos do Fundo, mas nem sempre dá para juntar dinheiro. Nós precisamos fazer com que o partido trabalhe bem, precisamos pagar funcionários, entre outras coisas que dificultam realizar economias. Mas aí, a gente conta com o apoio de filiados para que eles façam sua mobilização individual, e isso ajuda bastante”, revelou o tucano. O PSDB é um dos que podem lançar candidatura própria para a majoritária, no próximo ano.
CARIRI EM AÇÃO
Portal Correio da Paraíba/Foto: Google
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