A polícia prendeu três homens e apreendeu dois adolescentes suspeitos de estuprar uma jovem em uma favela na Zona Sul do Rio. Eles se entregaram na delegacia no início da tarde desta sexta-feira (9).
Todos se apresentaram na 13ª DP (Ipanema) e, ainda nesta tarde, prestaram depoimento. O caso foi revelado pela revista Época no início da semana. Segundo a publicação, a adolescente teria sofrido o abuso ao ficar desacordada depois de ir a um baile funk no Morro do Cantagalo, em Ipanema.
Ao despertar, a jovem contou à polícia que percebeu que estava sendo violentada pelos cinco homens, dois menores de idade. Foi aberto um inquérito e, nesta sexta, mais detalhes sobre o crime foram dados na 13ª DP.
Segundo a investigação, na verdade não se tratava de um baile funk, mas sim de uma festa organizada por jovens da própria favela. A polícia afirma que todos estavam numa laje onde, segundo o apurado, ocorreu o estupro.
Os investigadores disseram ser possível dizer que a jovem ingeriu bebida alcoólica e, em seguida, “apagou”. À polícia, os suspeitos disseram que o estupro não foi planejado pelo grupo, mas teria ocorrido “diante do próprio desfecho” da festa.
A polícia também apurou que a vítima conhecia os envolvidos e que a maioria deles mora no Cantagalo. Os envolvidos alegaram que a adolescente foi à comunidade porque quis, mas isso ainda está sendo investigado.
A princípio, a hipótese de que ela estivesse embriagada quando foi levada para a laje é considerada pelos investigadores.
Relato coerente
A polícia também considera que o relato da vítima foi “extremamente coerente”, sendo inclusive comprovado por laudos técnicos no Instituto Médico Legal.
“O que ela relata é que ela acordou em flash e estavam cinco homens em cima dela. Eles ficavam trocando e ela sequer sabia direito o que estava acontecendo, ela estava completamente perdida”, explicou um dos delegados que investigou o caso.
Outro caso em 2016, na Zona Oeste
Em 2016, outro caso de estupro coletivo no Rio foi investigado pela polícia. Uma adolescente foi estuprada por vários homens no Morro da Barão, na Praça Seca, na Zona Oeste.
Sete pessoas foram indiciadas, entre elas o então chefe do tráfico na comunidade, Sérgio Luiz da Silva, conhecido como “Da Russa”. Foragido, ele acabou morto durante operação das Forças Armadas e das polícias do Rio em 2018.
A vítima deixou o programa de proteção à testemunha do Governo Federal, após “quebras de normas”. A delegada responsável pelo caso, Cristiana Bento, recebeu ameaças de morte.
G1