Guedes diz que Bolsa Família permanecerá se governo não conseguir financiar Renda Cidadã

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (16) que, se não encontrar espaço fiscal para fazer o novo programa social denominado Renda Cidadã, o governo vai continuar com o Bolsa Família.

Segundo o ministro, para ser criado, o novo programa tem que obedecer a regra do teto de gastos – que impede o crescimento das despesas em percentual acima da inflação do ano anterior.

“Se não encontrarmos espaço fiscal para fazer um programa melhor, vamos voltar para o Bolsa Família. É melhor voltar para o Bolsa Família que promover um programa irresponsável”, afirmou durante evento virtual de uma empresa de investimentos.

Relator da PEC do Renda Cidadã confirma que debate no Congresso será depois das eleições

Relator da PEC do Renda Cidadã confirma que debate no Congresso será depois das eleições

Em março, os beneficiários do Bolsa Família migraram para o auxílio emergencial, que passou a pagar um valor maior do que o benefício do Bolsa Família.

Em inglês, o ministro voltou a afirmar que não há planos de estender o auxílio emergencial para além de 2020.

Em setembro, o governo publicou uma medida provisória que prorrogou até dezembro o pagamento do auxílio emergencial. O valor das quatro últimas parcelas, no entanto, caiu de R$ 600 para R$ 300.

Análise: o fim do auxílio emergencial e o futuro da Renda Cidadã

Análise: o fim do auxílio emergencial e o futuro da Renda Cidadã

Guedes voltou a defender a unificação de 27 programas sociais existentes em um só e disse que é possível dar um impulso financeiro no novo programa se cortar privilégios dos mais ricos, como dedução de gastos com educação e saúde no imposto de renda.

‘Imposto de merda’

Durante o evento, o ministro afirmou que não desistiu de propor a criação de um imposto sobre transações digitais. Ele tem defendido o novo imposto como alternativa para desonerar a folha de pagamento.

O novo tributo, no entanto, recebe muitas críticas e é considerado uma nova CPMF, que era cobrado sobre transações financeiras.

Segundo o ministro, é melhor um imposto ruim, um “shitty tax” (imposto de merda), do que taxar o trabalho.

“Estamos subsidiando capital e nós taxamos o trabalho. É inaceitável. Então, enquanto as pessoas não vierem com uma solução melhor, eu prefiro a segunda melhor, que é esse imposto de merda”, disse.Ministério da Economia

Ministério da Economia

Paulo Guedes

G1