Justiça determina reintegração de posse em campus da UFPB ocupado por manifestantes

A Justiça Federal determinou nesta terça-feira (10) que seja feita a reintegração de posse no campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, que foi ocupado por estudantes, professores e servidores em protesto à nomeação do professor Valdiney Veloso para o cargo de reitor. A decisão foi do juiz federal Bruno Teixeira de Paiva.

Há quase cinco dias, os estudantes estão acorrentados na entrada da Reitoria em protesto contra a decisão de Jair Bolsonaro de nomearcomo reitor Valdiney Veloso, que foi o último colocado na lista tríplice enviada ao presidente. Os alunos estão no local desde as 21h da quinta-feira (5).

Os manifestantes foram intimados no fim da manhã desta terça-feira (10). O estudante Daniel Sousa, um dos manifestantes, afirma que o jurídico deles já foi acionado, assim como o Núcleo de Direitos Humanos da UFPB. O grupo já está em contato com um advogado para recorrer da decisão.

Os manifestantes negam que o acesso à Reitoria ou a qualquer área da universidade esteja sendo impedido durante o ato. A porta principal da Reitoria já havia sido bloqueada pela própria administração, por causa da pandemia. O grupo também nega qualquer episódio de ameaça durante o protesto.

De acordo com a decisão, a UFPB alega que “os invasores estão impedindo o ingresso e o livre trânsito de servidores, terceirizados, demais alunos e pessoas em geral, mediante ameaças e colocação de cadeados nos portões”.

Além disso, a instituição afirma que os estudantes “estão provocando desordens e tumulto que podem resultar em danos à integridade física dos servidores, transeuntes da região, dos próprios manifestantes, bem como danos ao patrimônio da UFPB”.

Conforme o magistrado, “foi comprovado risco para o patrimônio com a ocupação do prédio e dano social, já que o direito à educação e ao trabalho dos servidores está sendo prejudicado”.

Antes do cumprimento da decisão, os ocupantes deverão ser intimados para que desocupem a Reitoria e retirem todos os objetos de lá.

Conforme Marcelino Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintesp), “não há nenhum impedimento de transcorrer as atividades normais por conta dos estudantes estarem aqui”, afirmou, acrescentando que “esse pedido de reintegração de posse é mais um ato violento do interventor que não tem legitimidade”.

G1