O sanfoneiro Zé Calixto, 87 anos, faleceu neste domingo (13), no Rio de Janeiro, onde morava há muitos anos. A informação foi repassada pelo coordenador do Fórum Nacional do Forró de Raiz em Campina Grande, Frank Amaral, que lamentou a perda do irreparável do músico. Ele não informou a causa da morte que coincidência aconteceu no Dia do Forró.
Conhecido como o Rei dos Oito Baixos, ele dedicou toda sua vida à sanfona, desenvolvendo, especialmente, o gosto pela execussão do forró junino. Em 1960, gravou uma série de 4 discos ao acordeom pela gravadora Sinter com os forrós “Forró de Seu Dideu”, “Forró em Serra Branca”, “Forró em Campina Grande” e “Bodocongó”; a polca “Polquinha brejeira”; o frevo “Oito baixos no frevo”; o xote “Xote em fá” e o choro “Bossa-nova em oito baixos”, todas de sua autoria. Com sua sanfona de oito baixos, chamou tanto a atenção dos produtores cariocas, que logo foi contratado pela Phillips, passando a gravar um LP por ano.
Em 1961, por aquela gravadora, lançou os forrós “Arrodeando a fogueira”, de sua autoria e “Apertadinho”, de Ari Monteiro e Airão Reis. Em 1963, gravou, também na Philips, dois forrós: “A pisada é essa”, com Jackson do Pandeiro e “Tempo de milho verde”, com Aquilino Quintanilha.
Participou da coletânea “O fino da roça”, lançada pela gravadora Philips, em 1969, da qual participaram ainda, Jackson do Pandeiro, Zé Catraca, Messias Holanda, Zé Messias, Adélia Ramos e Elino Julião, liderados por Genival Lacerda, que substituiu Jackson do Pandeiro na excursão homônima, percorrendo todo o Nordeste, tocando com sucesso em clubes e praças, por ocasião dos festejos juninos.
Terminado o contrato com a Philips, Calixto foi recebido por quatro outras gravadoras, passando pela CBS, Tapecá, Continental e Odeon-EMI, lançando ao todo 26 discos solo.
Em 1972, teve as músicas “Forró do Nino”, parceria com New Carlos e “Forró do mestre-sala”, com Manoel Serafim gravadas no LP “Forró na palhoça” da CBS com interpretações suas.
O LP lançado pela CBS, em 1973, trazia como destasques “Forró do Nino”, de Bastinho Calixto e New Carlos e “Forró do mestre-sala”, de sua autoria com Manoel Serafim.
Em 1974, teve os forrós “No cantinho da parede” e “Só pra perturbar”, parceria com Bastinho Calixto, gravados por Bastinho Calixto pela EMI.
Depois trabalhando com gravadoras independentes, foi definido por Sivuca, seu companheiro de forró, que o conhecia há a 40 anos, como “um cavalheiro rústico, um artesão no fole de oito baixos, já que ele mesmo afina sua sanfona”. Como artesão, Zé Calixto não se limitava a seu instrumento, afinando, também, a sanfona e outros músicos.
Considerado também como ídolo de vários grupos da nova geração do forró, influenciando bandas como o Trio Forrozão e tendo participação no primeiro disco do grupo Mestre Ambrósio, Zé Calixto sempre fazia questão de retornar à sua terra natal, Campina Grande, anualmente, para se apresentar no período das festas de São João, geralmente acompanhado de amigos, como Genival Lacerda e Borguetinho.
Em 2015, foi homenageado por Antônio Costa com o lançamento do álbum “Antônio Costa e Zé Calixto”, que teve a intenção de fazer um resgate da contribuição da sanfona de 8 baixos. O CD trouxe 6 faixas de sua autoria: “Oito Baixos no Frevo”, “Forró em Campina Grande”, “Bodocongó”, “Pisa de Mansinho”, “Forró em Serra Branca”, e “Forró de seu Dideu”. Em 2017, realizou participação especial no disco “Sergival – 30 anos”, produzido pela Laser Disc, ao lado de Zé Calixto, Rildo Hora, Leo Gandelman e Silvério Pontes.
Em 2018, com coordenação de seu filho, foi iniciada a produção de um DVD com sua história e música.
Com informações biográficas do Dicionário Cravo Albin
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