O governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL), anunciou em pronunciamento sábado (23) à noite que chegou a um acordo com o governo federal para transferir pacientes que estão em fila de espera para tratamento da Covid-19. Sem vagas para mais atendimentos, ele fez ainda um apelo para que médicos vão até o estado ajudar as equipes de saúde.
“Temos equipes, mas tem uma profissão que faz grande falta: os médicos, aqueles que vão comandar essas equipes. Eu faço um apelo ao senhor doutor, a senhora doutor que, por favor, venha nos ajudar, ajudar os rondonienses porque nós temos os leitos, mas está faltando o senhor e a senhora para ajudar os demais integrantes da equipe de saúde”, afirmou.
Segundo Rocha, um contato feito ontem com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o governo federal deve transferir pacientes e ajudar a desafogar a rede de saúde sem vagas para novos pacientes. No sábado, 543 pessoas estavam internadas tratando a doença em hospitais de Rondônia.
“Nós passamos o dia em contato com o governo federal, com o general Pazuello, e ele de pronto disse que iria atender o nosso pedido e de fazer a transferência dos pacientes que estão na fila de espera e quantos mais forem necessários para outros hospitais federais do nosso país”, disse.
O estado enfrenta um aumento sem precedentes no número de casos confirmados, que mais que quintuplicou em apenas três semanas: em 1º de janeiro foram confirmados 270 casos, e na sexta foram 1.422. Ontem o estado confirmou mais 933 casos e 12 mortes.
Diante do cenário, o governador fez um apelo para que a população não faça festas e aglomerações. “Eu tive essa doença, sei como ela é ruim. Eu perdi amigos, perdi ontem, inclusive, um grande amigo. Não podemos permitir que essa doença se amplie. Então, rondonienses, vamos manter a união de nao disseminarmos esse vírus maldito que tem dilacerado famílias. Esse vírus não escolhe rico ou pobre; homem ou mulher; preto ou branco”, diz.
Ontem, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), disse que o sistema de saúde da capital e do estado de Rondônia estão em colapso. A suspeita é que a nova variante com origem no estado vizinho, o Amazonas, seja responsável pela explosão de casos.
“A situação hoje é muito mais grave daquela que tivemos no auge da pandemia em junho e julho. Hoje o sistema de saúde de Porto Velho está em colapso, todos os leitos da prefeitura e do governo estão ocupados. Provavelmente viveremos uma situação parecida com a que vimos no Amazonas”, diz.
Segundo o prefeito, assim como relataram médicos ao UOL, os casos atuais que chegam de covid-19 estão com maior gravidade e com avanço muito mais rápido que visto na primeira onda.
“Nós não temos a confirmação científica ainda [que a nova cepa de origem do Amazonas] está circulando aqui, mas a probabilidade e os sintomas hoje são muito parecidos: há um agravamento muito rápido; o que antes levava uma semana a 10 hoje está em coisa de 3, 4 dias. Isso leva a um estresse muito rápido a rede”, afirma.
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