O ministro do Superior Tribunal Federal Gilmar Mendes declarou ao jornal Folha de São Paulo que sua família tem relações comerciais com a JBS, empresa que é uma das maiores processadoras de carne do mundo, que teve um acordo de delação premiada homologado pelo tribunal.
Ministro contou à Folha de São Paulo que família tem negócios com a JBS (Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil)Gilmar se reuniu com Joesley Batista, um dos sócios da JBS, que gravou secretamente uma conversa com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves (PSDB-MG). De acordo com o ministro, Joesley apareceu de surpresa na reunião que era, na verdade com o advogado Francisco de Assis e Silva para tratar de temas do setor do agronegócio.
Ainda segundo a publicação, o encontro com Joesley aconteceu fora do Supremo, na escola de direito em que o ministro é sócio, depois do dia 30 de março, quando o tribunal fez um julgamento sobre o Funrural, um fundo abastecido com contribuições de produtores rurais à previdência. Gilmar disse que votou, inclusive, contra seus próprios interesses e contra os interesses de sua família, já que o pagamento ao fundo, questionado pelos ruralistas, foi mantido pelo Supremo.
Gilmar revelou à Folha que conhecia Joesley, mas que não costumavam se encontrar. Ele contou que a relação aconteceu por questões comerciais. “Minha família é de agropecuaristas e vendemos gado para a JBS lá (Mato Grosso)”, disse. Segundo a Folha de São Paulo, é um irmão de Gilmar que negocia os valores com a empresa.
No entanto, Gilmar acredita que essa relação não é suficiente para que ele seja impedido de participar de votações relacionadas à JBS. O ministro defende que o tribunal reveja os termos do acordo de delação premiada da JBS. “Me parece que nesse caso, como envolve o presidente, certamente vamos ter que discutir o tema no próprio plenário”, disse em entrevista coletiva.
CARIRI EM AÇÃO
Folha de São Paulo/Foto: Google
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