A suspensão de celebrações religiosas tem sido um dos temas mais delicados e discutidos desde o início da pandemia na Paraíba. Ontem, o bispo de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, fez duras críticas à forma como o Governo do Estado tem conduzido a questão.
O religioso não questionou a suspensão das celebrações, imposta através de decreto, mas a falta de diálogo do Governo ao adotar as medidas.
“O governador sai mandando fechar as igrejas e sequer eu fui comunicado, quanto mais chamado para uma reunião para explicar o que estava acontecendo. Não estou fazendo nenhuma queixa do fechamento. Minha questão é atenção, diálogo, respeito”, desabafou o bispo, durante uma cerimônia transmitida pela internet.
Em Campina Grande um decreto municipal havia autorizado a realização de celebrações religiosas com até 30% de ocupação dos templos. Mas no último sábado uma decisão judicial suspendeu essa autorização, atendendo um pedido do Governo do Estado.
“Numa véspera de domingo, onde não só a igreja católica, mas as igrejas evangélicas se preparam para suas celebrações, missas, cultos e casamentos, fomos surpreendidos para que todas as igrejas fechassem. Muito obrigado, senhor governador, pela atenção a todos os católicos e evangélicos de Campina Grande”, assinalou em seguida.
A reclamação pública do bispo, aliás, não é única. Representantes de entidades de Campina Grande, como as do comércio e serviços, têm feito reclamações semelhantes.