Dados levantados pela instituição também indicam que 61% dos pequenos negócios do estado fizeram mudanças para continuar funcionando durante a crise.
Impactando social e economicamente o Brasil há cerca de um ano, a pandemia do coronavírus continua desafiando os donos de pequenos negócios, exigindo dos empreendedores resiliência, inovação e criatividade para que possam driblar as dificuldades e se manterem ativos no mercado.
É o que demonstra pesquisa realizada pelo Sebrae, que ouviu 81 donos de pequenos negócios na Paraíba, dos quais 60% revelaram que concluíram o ano de 2020 com faturamento pior que o registrado em 2019.
Os dados fazem parte da 10ª edição da pesquisa “O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em todos os estados brasileiros entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março. Além dos 60% que tiveram faturamento anual pior que o de 2019, outros 17% dos entrevistados disseram que o faturamento de 2020 foi melhor que o do ano anterior, seguidos por 8% que tiveram o mesmo faturamento nos dois anos em questão.
Já 15% dos participantes não souberam ou não quiseram responder.
Ainda conforme os números da pesquisa, entre os empreendedores paraibanos que tiveram diminuição de faturamento na comparação 2019/2020, a redução média foi de 52%. Já entre os empresários que relataram aumento nas receitas, esse crescimento médio verificado foi de 44%.
Por sua vez, em relação ao cenário econômico atual, diante de um novo pico de contágio no Brasil, 61% dos paraibanos participantes disseram que implantaram mudanças para continuar funcionando durante a crise, enquanto 19% afirmaram que estão funcionando da mesma forma que já trabalhavam antes da pandemia.
Por outro lado, 14% dos entrevistados revelaram que decidiram interromper o funcionamento do negócio temporariamente, seguidos por 6% dos empresários paraibanos que decidiram fechar definitivamente a empresa.
Para a gerente da unidade de estratégia e monitoramento do Sebrae Paraíba, Ivani Costa, os dados da pesquisa evidenciam a dimensão dos impactos que são constantemente relatados pelos empreendedores de pequenos negócios desde o início da pandemia.
“As medidas restritivas para combater a aglomeração de pessoas, como forma de impedir a propagação da Covid-19, trouxeram um impacto direto nos resultados das empresas neste último período de 2020. Somado a isso, para garantir a saúde de sua família, a maior parte da população optou por seguir as medidas restritivas, o que também impactou os negócios”, pontuou.
Datas especiais – Além de oferecer dados mais abrangentes sobre a realidade dos pequenos negócios diante da crise econômica que afeta o país desde o ano passado, a pesquisa realizada pelo Sebrae também revela como o desempenho dessas empresas foi afetado em datas especiais para o varejo brasileiro.
Na Paraíba, 62% afirmaram que as vendas de final de ano foram piores que as de 2019; 23% que elas foram melhores em 2020; e 15% que constataram o mesmo desempenho nos dois anos mencionados.
Já em relação as datas especiais de final de ano, 19% disseram que o faturamento foi maior no Natal; 6% no Réveillon; 1% na Black Friday; enquanto 74% declararam que essas datas não provocaram nenhum impacto em seus negócios.
“Os negócios que dependiam diretamente desse movimento comum nas festas de final de ano sentiram o efeito negativo da pandemia.
Toda uma cadeia de venda de produtos e prestação de serviços foi afetada, impactando desde o restaurante que acolhia a tradicional festa de confraternização do trabalho até o simples espetinho da esquina ao final do dia”, explicou Ivani Costa.
Carnaval – Já em relação ao desempenho dos pequenos negócios no período de Carnaval, os números da pesquisa do Sebrae indicam que 78% dos empreendedores paraibanos tiveram um resultado de vendas pior que o de 2020, seguidos por 13% cujo desempenho foi igual ao do ano passado e de outros 9% que verificaram aumento das vendas em 2021.
Cariri Em Ação com SEBRAE