O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, avaliou como positiva a participação da iniciativa privada no processo da vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
”Se houver apoio da iniciativa privada na compra de vacinas, melhor, pois teremos capacidade de acelerar essa vacinação. A questão hoje é impulsionar essa campanha o mais rápido possível nos próximos três meses. Já no segundo semestre teremos perspectivas de doses mais regulares”, afirmou Queiroga na tarde desta quinta-feira (8), durante a sua primeira visita como ministro ao Rio Grande do Sul.
O estado enfrenta lotação de UTIs e alta de mortes da Covid-19. Na ocasião, o cardiologista conheceu os 55 novos leitos do Grupo Hospitalar Conceição, em Porto Alegre, disponibilizados para pacientes com Covid-19.
Apesar do elogio à participação da iniciativa privada, o o ministro disse que não iria se pronunciar sobre as decisões do Congresso Nacional em relação à votação que afrouxa as condições para a iniciativa privada comprar vacinas contra a Covid. ”Lei é lei e deve ser cumprida. As decisões do Congresso Nacional são convertidas em legislação e temos que cumprir”, disse Queiroga.
Sobre a falta de oxigênio para pacientes com Covid-19, o ministro afirmou que o governo federal tem trabalhado na logística de distribuição do insumo para os hospitais que atendem os enfermos que contraíram o vírus.
Gestores de saúde de ao menos 1.068 municípios relataram preocupação sobre o estoque de cilindros de oxigênio e até mesmo risco de desabastecimento nos próximos dias, segundo balanço do Conasems (conselho que reúne secretários municipais de Saúde) obtido e publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
”Nós vivemos o pior momento dessa pandemia. Muitas pessoas precisam de intubação e de oxigênio e têm sido atendidas”, afirmou Queiroga.
A logística brasileira, segundo o ministro, tem apresentado eficiência com caminhões e aviões para realizar o transporte. “Este não é um problema somente do Brasil. A Califórnia [nos Estados Unidos] teve muito problema no suprimento de oxigênio. Ontem mesmo recebemos concentradores de oxigênio de uma empresa privada e agora é momento de união no país e não ficar falando de furar a fila.”
Em Campos dos Goytacazes (RJ), já há pacientes compartilhando cilindros de oxigênio e respiradores, devido ao excesso de demanda provocado pela Covid-19. No final de março, o Ministério Público Federal (MPF) pediu providências urgentes ao Ministério da Economia contra o desabastecimento de oxigênio no Brasil.
O documento aponta que os estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Amapá, Ceará e Rio Grande do Norte estão em situação crítica devido à falta de insumos. Também já houve casos em São Paulo.
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