Dados do Observatório de Síndromes Respiratórias da UFPB, deste sábado (5), mostram que João Pessoa tem a maior taxa de contaminação (ou de transmissibilidade) entre as capitais do Nordeste. O índice da cidade paraibana é de 1,39, isto é, 100 pessoas contaminadas estão transmitindo o vírus para pelo menos 139. De acordo com os dados, a tendência é de crescimento.
A taxa de transmissibilidade, número reprodutivo efetivo ou razão de reprodução efetiva, segundo o Observatório, indica quantas pessoas, em média, um indivíduo infeccioso pode contagiar em uma população na qual nem todos são suscetíveis.
Taxa por capital
- Natal: 0,8
- São Luis: 0,85
- Teresina: 0,86
- Fortaleza: 0,87
- Salvador: 0,88
- Recife: 1,02
- Aracaju: 1,05
- Maceió: 1,06
- João Pessoa: 1,39
Entenda o cálculo de contaminação
De acordo com o Observatório, se a taxa for menor que 1, cada indivíduo infeccioso causa, em média, menos do que uma nova infecção, então os níveis de contágio da doença irão decair e a doença irá, eventualmente, desaparecer.
Se a taxa for igual a 1, cada indivíduo infeccioso causa, em média, exatamente uma nova infecção, então os níveis de contágio da doença permanecerão estáveis e a doença se tornará endêmica.
Mas se a taxa for maior que 1, como acontece em João Pessoa, cada indivíduo infeccioso causa, em média, mais do que uma nova infecção, então a doença se propagará na população e poderá haver uma epidemia.
Ou seja, um aumento de casos pode ocorrer de maneira repentina e, consequentemente, pressionar a rede hospitalar.
Os pesquisadores lembram que, apesar de ser muito útil para avaliar o potencial de propagação de doenças infecciosas em diferentes contextos, é uma medida teórica.
O Observatório de Síndromes Respiratórias da UFPB usa informações utilizados foram obtidos do repositório mantido por Wesley Costa no GitHub, que compila informações do Ministério da Saúde e do repositório de dados públicos Brasil.IO. Os números são usados como referência pelos gestores do país, para tomada de decisões.
Taxa de ocupação
Neste domingo (6), a prefeitura de João Pessoa divulgou outro índice usado na adoção de medidas restritivas, a taxa de ocupação. Segundo a PMJP, nesse quesito, a capital paraibana tem a menor taxa de ocupação de UTIs, entre as capitais do Nordeste, e isso justificaria a manutenção de medidas menos restritivas na academias, restaurantes e bares.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, na Grande João Pessoa (1º macro região), estão 200 adultos internados em UTI com Covid-19. A taxa de ocupação geral de UTI é de 78%; de UTI Adulto, 80%. Na 2º macro região, em Campina Grande, são 86% de ocupação de UTI adulto; e no Sertão, 3º macro, 93%.
g1