Maioria dos brasileiros diz que militar da ativa não deve ir a atos políticos nem ter cargo no governo, aponta Datafolha

Pesquisa do Instituto Datafolha publicada no final da noite deste domingo (11) pelo site do jornal Folha de S.Paulo aponta que a maioria dos brasileiros é contrária à participação de militares da ativa em atos políticos e tampouco em cargos no governo federal.

O instituto perguntou: militares da ativa devem ou não participar de atos políticos?

Sim: 34%
Não: 62%
Não sabem: 4%

O levantamento também perguntou: militares deveriam ou não ter cargos no governo?

Sim: 38% (eram 43% em maio de 2020 e 41% em maio deste ano)
Não: 58% (eram 52% em maio de 2020 e 54% em maio deste ano)
Não sabem: 4% (eram 5% em maio de 2020 e 5% em maio deste ano)

A pesquisa ouviu 2.074 pessoas com mais de 16 anos nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Militares no governo

Os militares têm grande participação no governo de Jair Bolsonaro, especialmente nos primeiro e segundo escalações. O general da ativa Eduardo Pazuello, por exemplo, comandou o Ministério da Saúde durante boa parte do período mais intenso e trágico da crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O ex-ministro da Saúde é alvo da CPI da Covid, em andamento no Senado, justamente por sua gestão na Saúde. Ao deixar a pasta, ganhou um cargo no Palácio do Planalto.

Pazuello participou em maio de manifestação ao lado do presidente, no Rio de Janeiro. O episódio repercutiu mal inclusive internamente nas Forças Armadas.

O Estatuto dos Militares, lei de 1980, e o regulamento disciplinar do Exército, de 2002, dizem que é vedado ao militar do serviço ativo participar de qualquer tipo de manifestação política ou reivindicatória. O tema também está na Câmara dos Deputados, que debate proposta que pode terminar com a participação de militares da ativa no governo federal.

Na semana passada, as Forças Armadas reagiram às críticas do senador Omar Aziz (PSD-AM), em fala durante sessão da CPI da Covid.

Aprovam a participação militar em atos políticos e no governo os eleitores de Bolsonaro: 56% e 57% em cada quesito. Os apoiadores do ex-presidente Lula são contrários: 71% e 72% não concordam.

Mantido o cenário político atual, Bolsonaro e Lula devem participar da eleição presidencial em 2022. O petista lidera a corrida, com 46%, contra 25% de Bolsonaro.

Os jovens (46%) e aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos (41%) apoiam militares em atos políticos.

g1